Pesquisadores internacionais visitam a cratera de Coronel Vivida

Eles estiveram em Vista Alegre no último sábado, 1º de julho.

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  • 03 de Julho de 2023
  • Foto: Professor Alvaro Crosta/Arquivo Pessoal

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No último sábado, 1º de julho, aconteceu uma visita técnica de pesquisadores internacionais no sítio geológico da Cratera de Impacto da Vista Alegre, em Coronel Vivida. A comitiva contou com a presença de pesquisadores das universidades brasileiras Unicamp e Unesp, além de representantes da Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (NASA), Universidade Brigham Young e Arizona (EUA), Universidade Livre de Amsterdã (Holanda) e Universidade Western Ontario (Canadá).

Esses especialistas em geologia realizaram análises em Vista Alegre e no município de Vargeão (SC) buscando aprofundar o conhecimento sobre a cratera e seus efeitos geológicos, como explica o professor Alváro Crosta, que foi um dos organizadores do evento. “Eu estou trazendo um grupo de cientistas internacionais, vários deles trabalham para a NASA, que participaram de uma conferência em Campinas (SP) para discutir o papel e importância das crateras de impacto na evolução dos planetas, não só da Terra, mas dos outros planetas. Agora, fizemos essa viagem de campo para eles conhecerem as crateras de Vargeão (SC) e Vista Alegre. Temos cientistas dos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Holanda, além de brasileiros que estão aqui”, disse em entrevista para a Rádio Voz do Sudoeste.

O Sítio Geológico Cratera de Impacto de Vista Alegre representa uma amostra do resultado provocado por fenômeno astrofísico que formou um monumento natural raro, denominado na geologia de astroblema. A evidência é que tivemos um impacto de um corpo celeste, provavelmente meteorito, na superfície terrestre, ocasionando uma cratera. Ela é uma das cinco evidências até o momento localizadas no território brasileiro e uma das únicas do mundo em rochas basálticas, contendo 9,5 km de diâmetro e um desnível, do assoalho até as bordas mais altas, de 100m, formando uma grande depressão.

“Essa cratera se formou num tipo de rocha que não é comum na terra, que é o balsato. Essa é uma rocha comum aqui no sul, mas na terra é rara, sendo comum em Marte, na Lua, em Vênus. Aqui, podemos estudar o processo de formação de crateras nessa rocha e aprender sobre como acontece em outros planetas. Quebramos a rocha para ver por dentro, estudamos as características, composição, textura, mineralogia. Existe uma rocha similar a essa, que na verdade são as rochas que existiam aqui e foram quebradas pela força do impacto, depositado no interior da cratera junto com o pó de tudo isso que, juntos, esse conjunto de coisas vira uma nova rocha chamada brecha de impacto, então, é uma poeira de basalto quebrado com fragmentos de basalto e arenito, que está por baixo do basalto e foram trazidas para superfície pela força do impacto”, conclui o professor.

Fonte: Portal Educadora com Assessoria e Rádio Voz do Sudoeste