Projeto da Unisep DV prevê criação de abelhas sem ferrão em escolas

Iniciativa do curso de Agronomia visa a conscientização ambiental e o incentivo à meliponicultura na região Sudoeste.

Image
  • 06 de Julho de 2023
  • Foto: Assessoria

  • 399

O curso de Agronomia do Centro Universitário Unisep, campus de Dois Vizinhos, está promovendo o projeto Engenharia das Abelhas, que visa à conscientização ambiental, o estudo e manejo de espécies de abelhas nativas sem ferrão (ASF). A iniciativa busca a conservação dessas importantes polinizadoras, bem como o incentivo à meliponicultura e a disseminação do conhecimento sobre sua relevância para a biodiversidade e a produção agrícola.

“As abelhas nativas sem ferrão desempenham um papel crucial na polinização de plantas, contribuindo diretamente para a reprodução vegetal e a produção de alimentos”, destaca o coordenador do curso de Agronomia, Marcelo Dotto. Ele informa que, pelas estimativas, mais de 80% das espécies de plantas dependem dos animais polinizadores para se perpetuarem. “No entanto, fatores como a degradação dos habitats, o uso indiscriminado de pesticidas, as monoculturas e as mudanças climáticas têm ameaçado a sobrevivência dessas espécies”, complementa o professor.

Produtos com valor econômico

Além dos serviços ecossistêmicos de polinização, algumas espécies de abelhas sem ferrão possuem potencial melífero e produzem própolis. Esses produtos possuem valor econômico e são fontes de substâncias com propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, antivirais, antibióticas e antifúngicas. Portanto, a preservação e o uso sustentável das abelhas nativas traz benefícios para a saúde, para a biodiversidade, a variabilidade genética das plantas e produção agrícola.

No âmbito do Engenharia das Abelhas, serão realizados estudos sobre a variedade das espécies de abelhas nativas sem ferrão, analisando tanto o comportamento social quanto o individual de cada espécie. Será elaborado um plano de manejo e conservação dos meliponários (locais onde são criadas essas abelhas). Além disso, serão cultivadas espécies de plantas nectaríferas para garantir alimento adequado durante todo o ano.

O projeto também contempla a caracterização das propriedades físico-químicas do mel e da própolis produzidos pelas colônias de abelhas sem ferrão. “Serão estudados os subprodutos dessas abelhas e será implementada uma cadeia produtiva para a comercialização desses produtos”, destaca Marcelo Dotto. Para disseminar o conhecimento sobre as abelhas nativas, serão construídos meliponários didáticos e promovidas visitas de escolas, envolvendo alunos do curso de Agronomia da Unisep, campus Dois Vizinhos, às escolas e ao Zoológico da universidade.

Escolas de Dois Vizinhos e Cruzeiro do Iguaçu

O público-alvo da iniciativa engloba alunos dos cursos de Agronomia da Unisep, campus Dois Vizinhos, e alunos de escolas da região sudoeste do Paraná, como a Escola Cora Coralina e a Escola Municipal do Campo Jose Bonifácio, ambas de Dois Vizinhos, e o Colégio Estadual Arnaldo Busatto, de Cruzeiro do Iguaçu. Produtores rurais e entusiastas da meliponicultura também serão envolvidos nas ações.

O projeto, que conta com a participação dos professores Ivan Carlos Bertoldo, Marceleia Rubert, Jaqueline Destri, Eberson Fadanelli e Juliana Radaelli, além do coordenador Marcelo, será realizado ao longo do ano letivo do curso de Agronomia da Unisep, campus Dois Vizinhos, integrando disciplinas e projetos de extensão universitária. Os alunos participarão ativamente do estudo e da elaboração de trabalhos relacionados à iniciativa, utilizando os meliponários como fonte de pesquisa e aprendizado. O cronograma inclui inscrições em concursos ambientais, estudos de localização para instalação dos abrigos das abelhas, workshops, treinamentos, coletas de material para estudo prático e palestras sobre as abelhas nativas sem ferrão.

O Engenharia das Abelhas conta com parcerias internas e externas para o seu desenvolvimento. A instituição cederá espaço para a utilização dos recursos dos meliponários, e escolas públicas e privadas da região, assim como as prefeituras locais, estão engajadas nas ações. Além disso, o projeto busca apoio financeiro por meio de patrocinadores, que terão sua marca divulgada em mídias sociais, jornais, sites da instituição, outdoor, banners e placas de identificação vinculadas aos abrigos das abelhas.

“O projeto Engenharia das Abelhas representa um importante passo em direção à preservação das abelhas nativas sem ferrão e à conscientização sobre a sua importância para a biodiversidade e a produção agrícola. Unindo a disseminação do conhecimento junto aos alunos da rede pública, a iniciativa promove a meliponicultura e também contribui para o equilíbrio ecológico dos biomas brasileiros e conservação das espécies vegetais”, pontua o coordenador Marcelo Dotto.

Fonte: Assessoria