Toninho Coletti destaca que Sociedade Rural mudou o patamar da pecuária em DV

A entidade auxiliou os produtores trazendo animais de raças diferenciadas para comercialização no município.

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  • 06 de Setembro de 2023
  • Foto: Portal Educadora

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Em mais entrevista especial sobre a história da Sociedade Rural Vale do Iguaçu (SRVI) no Programa Sete e Meia, a jornalista Renata Pagnoncelli Deconto recebeu Venilton Antônio Coletti, o Toninho, que presidiu a entidade entre os anos de 2002 e 2004. Ele foi o sétimo presidente e o primeiro filho de ex-presidente a assumir o comando: seu pai, Ervelino Coletti (em memória), foi presidente entre 1996 e 1998. “Eu lembro do início. Naquele tempo, foi iniciado o recinto de leilões na saída do Verê, depois discutimos e muitas pessoas defenderam que deveria ser nessa região da saída do Cruzeiro do Iguaçu. Boa parte do terreno onde é o parque era do meu pai e ele também defendia que deveria ser ali perto da Escola Agrotécnica Federal (atual UTFPR). A negociação foi fácil, foi pago um valor irrisório, e isso puxou o crescimento da cidade para aquela região. Foi legal, trabalhoso, todo mundo pegava firme. Todos os presidentes que passaram pela entidade deixaram seu legado”, lembrou Toninho.

Ele destacou que a Sociedade Rural auxiliou os produtores a terem acesso a novas raças e melhorar a qualidade dos rebanhos. “O Tibica, o Seu Alcebi Montagner (em memória), já estava começando o trabalho com Marchisiana no final da década de 90, início de 2000 e isso ajudou para que nossas exposições começassem a tomar um corpo diferente. A Sociedade Rural começou a buscar os produtores que tinham raça ranqueadas e isso mudou muito nossa realidade. Aí começou uma revolução porque ali começou o cruzamento de gado europeu que era interesse do mercado. Isso reflete na qualidade que entregamos hoje. Antes, tínhamos só Nelore e vaca holandesa. Com o Tibica, começamos a mudança. Ele foi muito importante para o município e para a SRVI e hoje está no que tá”, completa.

Na época, o contato com produtores era feito somente visitando outras feiras. “Íamos para todo o Paraná nas exposições para buscar produtores de gado de raça para vir a Dois Vizinhos. A gente queria algo diferente, coisas novas para Dois Vizinhos. Foi um tempo que a gente precisava fazer isso, não tínhamos a internet que hoje é tão fácil. Quando a gente fazia as nossas feiras de gado, não a exposição, eram 1 mil, 1,2 mil cabeças. Isso era extraordinário na nossa posição perante outras Sociedades Rurais do Sudoeste. De 2000 pra frente, nos reunimos com as rurais e criamos uma entidade mor que fortaleceu a gente politicamente. Trouxemos governadores, tínhamos assuntos comuns e essa entidade fazia a parte política. A gente também organizava para marcar as exposições em épocas diferentes e todas serem sucesso”.  

Toninho fez uma avaliação do momento atual do agronegócio. “Ele falou sobre o momento atual. “Tivemos um aumento extraordinário em várias coisas do setor do agro na pandemia e hoje está voltando ao normal, preços de insumos diminuíram. Há dois anos fizemos uma lavoura pagando o insumo barato e recebemos quase R$ 200 na soja. Neste ano, a lavoura foi boa e o produto voltou a um preço lá embaixo. Isso é cíclico, o produtor precisa ter coragem de enfrentar, não deixar de investir, tenham força e encarem de forma natural, não de desespero”, motivou.

Ervelino Coletti

Toninho lembrou a importância do seu pai. “Meu pai me ajudou muito, me aconselhou muito, era uma pessoa rígida, tanto que a sucessão dele só aconteceu depois que faleceu porque ele tocou o negócio até o fim. A gente respeitava muito isso porque ele veio, batalhou e conseguiu. Acompanhamos sempre, durante a doença eu fiquei muito próximo, viajei muito para Curitiba, para todos os lados, auxiliando na quimioterapia e todos os tratamentos. Foi um momento de sentimento muito forte. Ele sempre quis ajudar e ver a cidade crescer”, recorda.

Fonte: Portal Educadora