Ele participou do Programa Sete e Meia na Rádio Educadora desta sexta-feira, 8 de setembro.
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Em 1977, Sérgio Marchese chegou em Dois Vizinhos para iniciar uma nova fase da sua vida. Em pouco tempo, trabalhando com contabilidade, se envolveu com a sociedade, participando ativamente do Rotary Clube Dois Vizinhos e de entidades como Apae, Casa da Paz, Coopermundi e Associação Empresarial (ACEDV/CDL), entidade que presidiu entre 1985/87 e 2002/04. Ele também foi fundador do MDB, candidato a prefeito em 2008, secretário municipal por 11 anos e vereador entre 2017/20.
Em participação no Programa Sete e Meia desta sexta-feira, 8, ele lembrou como ingressou na política. “Em 1996, eu procurei o Jaime Guzzo dizendo que queria ajudar e, no outro dia, eu virei o tesoureiro da campanha. Aí fui me envolvendo, o Jaime ganhou a eleição, fui secretário por quatro anos e foi muito interessante, um desafio. O município estava em um momento ruim, três folhas de pagamento atrasadas, fornecedores, era bem difícil. Era difícil tocar a prefeitura e também conter o Jaime com suas ideias. Cada final de semana que ele saia pela cidade comprava um terreno pra abrir estrada, pra fazer um posto de saúde. Ele e o Hilário Bedra toda segunda-feira vinham com novidades e a gente tinha que dar um jeito de pagar. Aprendi muito com o Jaime Guzzo, foi uma pessoa que fez a diferença em Dois Vizinhos”, disse.
Em 2008, Sérgio protagonizou a disputa mais acirrada pelo executivo na história: ele teve 10.634 votos enquanto Zezinho Ramuski, que se elegeu, fez 10.751, uma diferença de apenas 117 votos. “Eu tenho dificuldade de falar em público, isso é fato. Eu tremia quando pegava o microfone. Naquele ano, estava entre eu e o Tadeu Zanella, mas prevaleceu a vontade da maioria que estavam mais simpatizadas comigo. Fomos para a campanha, ela foi crescendo e lembro que, 10 dias antes da eleição, eu tinha 44,5% e o Zezinho tinha 44,5% da intenção de votos. Estava empatada. E foi. Isso, às vezes, é ruim para o grupo que sofre, tem uma esperança, uma expectativa, para a gente também que sofre junto, mas isso passa. Eleição é feita para ganhar e perder. Nunca me afastei e, em 2012 até fui cogitado como candidato, mas o grupo achou melhor o Raul Isotton que era mais popular, é o borracheiro, que ia nos bailões, aí ele foi, ganhou e trabalhei dois anos com ele”, lembra.
Ele também recorda com carinho dos anos como secretário. “Sempre estive ligado a administração e finanças e sempre enfrentamos dificuldades de dinheiro. A gente fazia muitas reuniões para reduzir gastos. Dois Vizinhos aumentou as receitas nos últimos anos, a administração ficou bem alegre, estava bem, tinha bastante dinheiro, mas agora parece que a realidade voltou. Em prefeitura, sempre se deve ter muito cuidado. Você nunca sabe quanto dinheiro vem amanhã. Sempre contendo os gastos. Se você abre muitas portas de gastos, depois, para fechar, é difícil. Eu atendi muita gente, do meu jeito. Ninguém saia com o não imediato, sempre anotava todos os pedidos e buscava atender. Hoje eu recebo muitos elogios do antigamente, que eu resolvi problemas, num feedback muito legal para quem trabalhou no serviço público”, completa.
ACEDV/CDL
Sérgio também falou sobre os dois mandatos na presidência da entidade entre 1985/87 e 2002/04. “Fomos trabalhando, construindo, sonhando alto. Ganhamos o terreno para construir esse prédio atual na minha primeira gestão, não tínhamos nenhuma estrutura, as reuniões aconteciam na casa da Dona Velani, ao lado do Correio, que era a sede do CDL e depois organizamos a estrutura. A gente tinha muitas dificuldades naquele tempo com a questão das greves por causa dos juros. Os agricultores pagavam 15% de juro por ano e subiu para 45%, era fixo, endividou todo mundo e a gente acompanhou, tentou ajudar nas reivindicações para baixar os juros porque o comércio de Dois Vizinhos não vai bem se o agricultor não vai bem. Foi uma luta interessante e ajudou o município. No segundo mandato já tínhamos estrutura, com sede própria, organizar eventos maiores, palestras, outra forma de trabalho, diretoria mias envolvida, mais gente, um trabalho que se solidificou”, conclui.
Fonte: Portal Educadora