Aos 65 anos, ele participou do Programa Sete e Meia na Rádio Educadora e deu show de sabedoria.
Foto: Reprodução YouTube
3013
Nesta terça-feira, 26, o Programa Sete e Meia recebeu a ilustre presença de José Milton Tosi, 65 anos, pioneiro da comunidade de Colônia Rica. Ele esteve no estúdio juntamente com a esposa Adelaide e com a filha Kenia. Tosi ainda tem outras três filhas: Sandra, Kelli e Ângela que deram cinco netos meninos ao pioneiro. “Gosto de fazer churrasco, pescar, ficar de varde, trabalhar um pouco e contar uns causos”, resumiu Tosi sobre seu estilo de vida.
Ele falou sobre os primeiros anos da sua comunidade. “A Colônia Rica tá muito bem. Estou há 60 anos lá, mas não me considero um pioneiro porque quando chegamos já tinham as famílias Zago, Fávero, Castanha, Bloch e Barbosa. Ainda tem bastante gente dessa família lá, eles são pioneiros. Claro que participamos do desenvolvimento da comunidade. Eu sempre residi lá”, lembrou. A família veio de Nonoai (RS). “Eu sempre fui agricultor, mas também trabalhei com caminhão do meu pai, um chevrolet, Marta Rocha, ano 1957, o último importado. Era o caminhão para puxar produto e mudança. Eu levava de duas mudanças e trazia duas”.
Estilo de vida...
Com muita sabedoria, José Milton Tosi deu muitos conselhos durante o programa. “O que traz problema e tormenta é dinheiro. Eu sempre tive isso comigo. Não pode ficar pensando muito em dinheiro, não muito em ter. É bom viver. Tem que traçar uma meta, atingiu, vive. A vida é um ciclo, como se fosse um pé de soja: nasce, cresce, se reproduz, mas o fruto tem que ser colhido. Dos 50 anos em diante, precisa viver. Se não fez o pé de meia até ali, não faz mais. Estabiliza e viva e não precisa de um exagero para viver bem. Eu vivo bem, estou satisfeito, tenho tranquilidade. Se você se apega muito ao trabalho, capital, quero mais, fazenda, terra, sala, prédio, mais vaca de leite, seja o setor que tiver, isso te traz tormenta, incomodo, dívida, funcionário, estrada, falta de energia. Estabiliza num ponto e vai viver, fica com a cabeça sossegada, descansa, come bem. O dinheiro é bom, mas tudo que é demais não presta. Ser muito magro não é bom, mas ser muito pesado também não”, disse.
Ele também falou sobre o momento da agricultura. “Sempre teve altas e baixas. A época de hoje é sombria. Estamos colhendo trigo ruim de qualidade, de preço e de produção, mas não é a primeira vez. Quando a gente criava porco, que era o que mantinha a gente, o preço do quilo era bom se custasse o valor de um litro de gasolina. E não tinha telefone para saber quando o preço tava bom ou ruim. Quando vinha para a cidade, tinha que vender. Hoje é facilidade, um conforto. Foi bom participar daquele início bruto, hoje eu tenho conforto. O trator, o carro, o ar, a casa boa”.
Tragédia da balsa
O pioneiro também lembrou da tragédia da balsa em Cruzeiro do Iguaçu, que completou 50 anos no último dia 19 de julho. “Naquela época não tinha os meios de comunicação e aquilo aterrorizou, atormentou, foi muito triste. Veio a notícia, o pai pegou o Fusca e foi para lá. Quando o pai chegava em casa, ele ia na bodega e era um fervo para saber. O pai vinha e contava. Um dia o pai falou, uns dois dias depois, falou que eu levava o povo de caminhão até lá. Encheu o caminhão que ficou uma sardinha. A gente não viu nada, o acidente era para o lado de lá, mas via o fervo daquela água bruta que descia e os bombeiros trabalhando, mas marcou muito”, conclui. Você pode acompanhar a entrevista completa no vídeo acima.
Fonte: Portal Educadora