Victor Salmória, da Fantástica Volta ao Mundo, visitou 49 países em um ano

A família reside, atualmente, em Cascavel, mas ele viveu, durante 16 anos, em Chopinzinho.

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  • 11 de Dezembro de 2023
  • Foto: Arquivo Pessoal

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O sonho de largar tudo e viver viajando faz parte do imaginário de muita gente. Victor Salmória, de 32 anos, conseguiu, com muito planejamento, realizar. A família, atualmente, reside em Cascavel, mas ele residiu, durante 16 anos da sua vida, em Chopinzinho. Durante o mês de dezembro, ele está tirando férias da rotina de viagens e tendo um tempo com a família. Ele visitou Dois Vizinhos e participou do Educadora News nesta segunda-feira, 11, para falar um pouco sobre o primeiro ano de projeto, onde ele visitou 49 países.

“Eu costumo falar que até picanha, todo dia, enjoa. Quando você está num processo como o meu, uma viagem contínua, que passa por vários países em sequência e precisa se adaptar muito rápido ao novo toda semana, acaba sendo bastante cansativo. Para quem não conhece o projeto Fantástica Volta ao Mundo é basicamente uma viagem para conhecer todos os países do mundo reconhecido pela FIFA, que são 211. Num primeiro momento eu queria fazer isso em quatro anos, por isso, eu visitei 49 países em 2023. Teve países de um dia, até hoje eu me arrependo, foi muito rápido, mas foi por questão logística, financeira, mas alguns eu tive mais tempo, fiquei 35 dias na Índia, 25 dias no Paquistão, 25 dias no Afeganistão, mas a velocidade, a adaptação, muda de um país para o outro e chegou uma hora que eu falo que o prazer estava virando dor, você está cansado, você chega num lugar lindo, maravilhoso e você só pensa em ficar na cama, ou seja, férias é importante até para viajar, por incrível que pareça”, disse.

Como começou?

Victor falou sobre a ideia de explorar o mundo. “É um processo difícil de explicar. Eu sempre tive muita curiosidade e, com 15 anos, eu fiz intercâmbio pelo Rotary  no México e, inclusive,  sempre que eu posso, levo a mensagem para os pais dos adolescentes para que já comecem a pesquisar sobre isso porque foi a primeira vez que cortei o cordão umbilical, num processo que me fez crescer muito. Nessa viagem eu conheci muita gente do mundo todo e eu tive curiosidade de saber como eram as coisas fora do Brasil. Voltei, fiz faculdade, vida normal, tive uma empresa, mas a vontade de conhecer o mundo sempre foi maior do que qualquer outra coisa. Em 2016, eu conheci um cara de Laranjeira do Sul, o Nando, que era nômade digital, vivia trabalhando on-line e morava um mês em cada país do mundo. Ali eu tive um estalo e resolvi que queria isso e iniciou o processo todo de parar, organizar. Foram dois, três anos para pensar, planejar, porque não se consegue fazer isso do dia pra noite, a não ser que tenha muito dinheiro no banco, o que não era a minha situação, não sou herdeiro, não ganhei na mega sena, então, consegui me organizar, criar um processo de planejamento legal, fui atrás de aperfeiçoar o inglês, organizar meu caixa, e aprender sobre a geração de conteúdo que é o que o eu faço hoje no Instagram, Facebook e YouTube (@fantasticavoltaaomundo). Aprendi esse processo de virar um influenciador e esse primeiro ano me deu um grande aprendizado”, diz.

Ele destacou a importância de falar inglês. “É inacreditável o quanto o inglês é suficiente. No Paquistão eu estava em ambientes com 50 pessoas e uma falava inglês, ou seja, sempre tem um anjo da guarda que vai falar, vai ajudar e você vai conseguir trocar ideia. A mensagem que eu trago é que o mundo é muito bom, tem muita gente boa. Eu tive várias ajudas incríveis, totalmente inesperadas, de pessoas dispostas. Tem muita mais gente boa no mundo do que má, só que as más fazem mais barulho. O bem não faz barulho. Eu tenho um sentimento muito positivo, estou feliz de ter vivido isso, voltado para casa e em janeiro eu começo novamente”, completa.

Na casa das pessoas...

Victor costuma se hospedar nas casas das pessoas. “Em 85%, 90% do tempo eu fico em casa de locais. Eu denomino meu projeto como uma volta ao mundo cultural, então, eu não estou indo visitar pontos turísticos, outra coisa, a não ser falar de história, cultura e comida. Essa parte da cultura, se eu não adentrar na casa de um deles é difícil em uma semana entender com vive os caras no Paquistão, que tem uma cultura diferente da nossa, ou nas Maldivas, em locais mais aleatórios. O que vocês imaginarem, eu já passei. Existe um aplicativo que você consegue hospedagem em casa de locais que chama Couchsurfing e eu uso porque a minha prioridade é sempre ficar nas casas de locais”, completa.

Melhores países..

Victor destacou algumas experiências que teve durante o ano. “O Afeganistão foi um ápice, fui em cinco casamentos em 25 dias e um deles foi de um Talibã, eu tive contato com um homem-bomba. O cara que ia colocar o colete de explosivo em algum lugar e ia se explodir. Eu sempre pensei como alguém tem capacidade de se explodir em nome da religião, mas pude entender conversando com esse cara é que eles trabalham para Deus, para defender a honra deles. O que eu mais gostei foi a Indonésia, eu recomendo muito para quem tiver oportunidades, não é muito barato a viagem por causa do deslocamento e, para morar, seria a Austrália, lá se tem uma diferença pequena entre as classes sociais e o que menos ganha já ganha para ter uma vida boa, tem foco na qualidade de vida, é mais light, trabalhar, comer bem, viver bem, fazer exercício”, completa.

Próximos passos?

O projeto será retomado em janeiro. “Quando sai do Brasil, eu desenhei um projeto. Meu objetivo é mostrar o mundo para o brasileiro, levar a informação do Afeganistão, que ninguém pisa, tirando conceito que a gente vê na TV ou num filme. Eu vi outro país. O projeto era de quatro anos, mas eu mudei o prazo agora para o resto da vida. Espero que seja por muito tempo, que Deus me permita viver mais uns 60 anos. O mundo é muito grande, são 211 países que eu quero visitar, os reconhecidos pela FIFA, quero voltar aos que eu não fiz bem feito, fazer melhor. Tem a Índia que eu fiz apenas um terço, tem a China, Rússia, quanta coisa se tem para ver, a Europa bem-feita, a África é muito rica em cultura, coisas diferentes que é o meu foco, então, hoje não tenho mais prazo para acabar, é meu trabalho, me identifico como criador de conteúdo e estou feliz, orgulhoso do que vivi nesse primeiro ano. Quando eu sai, pedi a conta, chamei o pai e a mãe, a ex-namorada, avisei e disse que estava indo embora e voltar para cá com essa realização, não só pelo número de seguidores, é pela realização, por ter me encontrado, por ter achado o que eu vim fazer na vida”, conclui.

Você pode acompanhar toda a entrevista no vídeo acima.

Fonte: Portal Educadora