Uma menina de 11 anos e uma senhora de 61 anos foram transferidas para o Hospital Regional de Francisco Beltrão.
Foto: Portal Educadora
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O problema da dengue em Dois Vizinhos está ficando cada vez mais dramático. Na tarde de segunda-feira, 5, dois pacientes do município foram transferidos para o Hospital Regional de Francisco Beltrão pela evolução para dengue hemorrágica – uma criança de 11 anos e uma idosa de 61 anos. “A situação está ficando muito crítica e precisamos nos mobilizar, não só a saúde, as secretarias da prefeitura, mas a população. A gente fica até enojada de falar de novo sobre dengue. Quantos anos falamos sobre isso? É uma doença prevenível, bastando limpar, retirar entulhos, objetos que acumulam água”, lamentou a secretária de saúde Claudete Meurer, em entrevista ao Programa Sete e Meia. Ela ressaltou que o município está em estado de emergência. “Por isso, não fazemos mais o teste para confirmar ou não a dengue. Tendo o pico febril e mais dois ou três sintomas, podemos dar o diagnóstico. Não tem necessidade de fazer teste porque tudo estava dando positivo”, completou. Na segunda-feira, 5, eram 390 casos confirmados (entre 445 casos notificados), sendo que quatro pacientes estava internados.
O médico pediatra Júlio Dias explicou como a dengue age no corpo do paciente. “O mosquito inocula o vírus que começa a circular na nossa corrente sanguínea, próximo da pele, e a partir disso, nosso organismo mobiliza as bradicininas, que são substâncias que vão tentar combater esse vírus no local. O resultado dessa guerra microscópica gera as vasodilatações, ou seja, algumas veias que você não enxerga a olho nu, você começa perceber ela dilatada e começam aparecer as petéquias. Isso tudo mobiliza toda a medula óssea, diminui a produção de plaquetas e leucócitos. Imagina que você tem de 6 a 10 mil leucócitos trabalhando por você, a defesa normal e, quando o vírus ataca e se multiplica rápido, tu mobiliza todo o batalhão. É como se você pegasse todos os policiais da cidade para mobilizar aqueles 10 bandidos. O batalhão fica vazio até que a medula óssea comece a produzir novamente. É comum na dengue tu cair de 10 mil leucócitos para 1,5 mil e utilizar todas as plaquetas”, disse.
O médico falou também sobre os sintomas. “São dores nos olhos, articulares, lesões de pele (petéquias) e todo um mal estar geral. É um vírus bastante agressivo. A questão de ser hemorrágica ou não, depende de quando a pessoa adquire a doença. Se a pessoa tem duas, três vezes, desenvolve um quadro mais complexo. O tratamento é o mais triste, é apenas hidratação e sintomáticos, não tem um antídoto, um anticorpo, um antiviral adequado para isso e, por isso, a aposta do mundo tem sido a vacina. É importante se hidratar, independente do estágio que você está, necessário estar bem hidratado e bem alimentado. Passar repelente, duas, três vezes por dia, não tem risco. É importante ter aparelho de mosquito na tomadinha ou ar condicionado que pode nos proteger do mosquito”, conclui.
Fonte: Portal Educadora