Alpha Fish inova com bioflocos e se torna referência na produção de tilápias

De acordo com o sócio da empresa, Gilson Tedesco, a persistência da equipe fez com que o sistema pioneiro funcionasse.

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  • 16 de Fevereiro de 2024
  • Foto: Portal Educadora

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O empresário Gilson Tedesco participou do Programa Sete e Meia nesta quinta-feira, 15, e falou sobre algumas novidades trazidas pela Alpha Fish, sua empresa que produz tilápias nos lagos do Iguaçu. A grande inovação, segundo ele, foi conseguir implantar o sistema bioflocos. “Muitas empresas tentaram fazer o bioflocos e acabou que não deu certo. Eu não sei se conseguimos porque eu sou persistente, mas quando eu comecei a ler e entender o que é o bioflocos eu coloquei na cabeça que tinha que acontecer. Como funciona? O bioflocos é uma bactéria, o floco, onde ela se alimenta do dejeto do peixe e o peixe se alimenta do floco. O que acontece quando existe esse processo? Um aumento da imunidade do animal, que vai ficar muito robusto. O peixe fica saudável. Quando ele fica saudável, na transferência para o lago, a mortandade é muito baixa. Normalmente, sem bioflocos, a mortandade chega a 20% e nós não chegamos, em nenhum momento, a 2% de mortandade na transferência. Ou seja, o bioflocos é algo vencedor. É fácil fazer? Não. É muito tecnológico e eu digo que o maior valor é a água, já que quanto mais você curar a água, maior é o rendimento porque o floco fica cada vez mais forte. Poucos conseguiram, a gente conseguiu e agora estamos tentando ensinar o povo. Teremos o maior prazer em atender a todos que querem saber sobre o sistema e auxiliar todos a começar. Muitas pessoas falam que tudo que eu coloco a mão dá certo, mas qual é o segredo? É a vontade e a dedicação para isso. Eu tenho esse desprendimento. A Ciss é uma das maiores empresas de tecnologia da América Latina em uma cidade que não tinha um programador, só eu programava. Então, não é aonde você está, é aonde você quer estar. Eu sou uma pessoa que eu penso muito, as coisas que eu coloquei a mão deu certo, a exemplo do bioflocos que muitos tentaram e não conseguiram. O povo falava que eu era louco, maluco, que ia gastar muito dinheiro e não ia dar certo. Hoje convido todos para ir lá e conhecer”, destacou.

Ele ressaltou que o segredo de sucesso das suas empresas são as pessoas. “Quando você estrutura uma empresa, tem uma ideia, a vontade de fazer acontecer, a primeira coisa que você deve fazer é trazer os profissionais. Assim foi na Ciss, onde desde o começo formamos e continuamos formando pessoas. Temos vários cases nesse sentido. É isso que faz a diferença, as pessoas. Quanto mais você investir nelas, maior é o resultado. Falando um pouco da Alpha Fish, quando olhei o tamanho do lago, pensei num espaço que estava ali e poderia produzir muitos alimentos, mas como eu iria fazer aquilo? Comecei uma peregrinação, estudando onde mais se produzia tilápias no Brasil e descobri que era em Santa Fé, no Rio Grande do Sul. Fui para lá sem conhecer nada, sem falar com ninguém, pedi autorização para entrar numa psicultura e conheci o Carlão. Ele tem um conhecimento gigante e veio comigo nesse sonho. De carona veio o filho dele, o Matheus, e montamos uma equipe. O resultado é sucesso”, completou.

Sistema de produção

Ele destacou algumas particularidades na produção de peixes. “Não consiste em apenas pegar o alevino e colocar nos tanques. Ele tem toda uma tratativa que eu não imaginava. É muito parecido com o frango ou com o suíno. Você precisa pegar o óvulo ou embrião, levar a 25, 30 gramas, vacinar um por um, aí ele descansa uma semana e aí vai para o lago. É todo um processo que é feito que não é simplesmente colocar o peixe na água. Temos toda uma norma, um procedimento que deve ser feito para que se tenha sucesso. Fora disso, a mortandade é gigante.

Mortandade de peixes

Em novembro, com as fortes chuvas, os lagos tiveram alta mortandade de peixes, superando as 700 toneladas. O empresário destacou que algo te que ser feito para minimizar esse problema. “Eu gosto de pensar que foi uma manobra errônea da empresa geradora de energia e também, com o advento do volume de água de chuva, talvez, isso foi uma coisa que não passou tecnicamente, pela cabeça, que poderia acontecer. O prejuízo não é meu, da Alpha Fish, porque morreram milhares e milhares de peixes nativos. Isso é uma coisa que tem que ser revista pelas autoridades da região, do Estado. Precisamos de um mecanismo para controlar isso ou num eventual episódio desses ter a reposição. Quem perde é o todo, o meio ambiente, todos que vivem nesse entorno. Eu faço o que posso fazer dentro das minhas possibilidades. Algumas reposições e tudo mais, mas eu tenho convicção que as autoridades regionais, no entorno desses lagos, que se interessam nesse ecossistema e no turismo, teriam que rever isso. Ah, aconteceu porque foi uma manobra errada, um volume de água, mas precisa ser ajustado”, conclui.

Fonte: Portal Educadora