A universidade está realizando pesquisas com uma molécula desenvolvida pela Ascribe Bloscience para validar a utilização do produto no mundo todo.
Foto: Portal Educadora
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Na manhã de quinta-feira, 7 de março, o Centro Universitário Unisep recebeu a visita do pesquisador norte-americano Murli Manohar, CEO da Ascribe BIoscience, que veio acompanhar a fase final dos testes de um produto da startup que estão sendo realizados na fazenda experimental da instituição de ensino.
O pesquisador elogiou a estrutura da universidade e a qualidade da pesquisa realizada em Dois Vizinhos. Ele também falou sobre o seu produto. “Nosso grupo de pesquisa descobriu essa molécula juntamente com pesquisadores da Universidade de Cornell, no Norte de Nova Iorque. Ela é uma molécula que existe, natural nos microrganismos do solo e eles determinaram que a exsudação dele promova alguns metabólicos que são sentidos pela planta como um problema e, com isso, a planta se autodefende das doenças. A diferença para os químicos é que esses produtos são aplicados para matar o patógeno, então, como eles são da natureza, a planta se auto protege e cria uma resistência desses produtos muito rápido, enquanto essa molécula veio para ajudar no programa de controle geral de doenças da soja”, destacou.
Os testes iniciaram em 2021 e vão auxiliar para a liberação do produto em todo o mundo. “Iniciamos as pesquisas na safra 2021/22. Fizemos, no ano passado, uma quantidade grande de ensaios no Brasil e, neste ano, estamos ajustando uma forma de posicionar o produto da melhor forma possível para o agricultor. Ele não veio para competir com fungicidas, mas para adicionar no controle geral de doenças e, nesse ano, temos visto bons resultados que mostram, como esse ensaio feito aqui, que o produto traz benefícios realmente para o programa que o agricultor usa hoje para controle de doenças em soja em todo o mundo”, completa.
Pesquisadores celebram
Os testes estão na fase final e são realizados numa parceria entre a Unisep, UTFPR e Cedep Agro. “Esse é um momento de visitas e avaliações técnicas dentro de protocolos que chamamos de testes de campo e validação dos produtos. A Ascribe é uma empresa americana que desenvolveu essa molécula que está vindo para o Brasil e a gente foi agraciado em fazer esses primeiros ensaios nessa parceria entre Unisep, UTFPR e Cedep Agro. Como Unisep, fazemos os ensaios em campo, na UTFPR são feitos os ensaios laboratoriais e precisamos dos resultados para chegarmos a validação dos produtos. Precisamos de todos esses dados para validarmos o produto e posicionar ele tecnicamente aos produtores com maior eficiência técnica e agronômica, entregando rentabilidade e produtividade ao agricultor”, disse André Bressiani Machado, engenheiro agrônomo e professor da Unisep.
Dentro da fazenda, são realizados diversos testes distintos com o produto. “Associamos esse produto a formas diferentes de fungicidas para buscar o melhor posicionamento técnico dele, entender o momento de aplicação, ajustar as doses e agora estamos tentando entender os melhores parceiros e momentos de aplicação. Esse ensaio está na primeira safra aqui na Unisep, iniciamos em novembro e finalizamos agora com a soja e também com o milho em agosto e setembro”, completa.
O professor e fitopatologista da UTFPR, Sérgio Mazaro, exaltou as parcerias. “Temos o entendimento que a pesquisa tem que buscar boas parcerias e hoje temos aqui, na Unisep, com a Cedep Agro, uma das melhores estações de pesquisa do Brasil em termos de organização, levantamento de dados, seriedade na busca de bons resultados e essas parcerias tem sinergismo muito forte, associando todos os processos de resultados produtivos, agronômicos, com o entendimento de rotas metabólicas onde nós atuamos e isso permite que a gente, de forma conjunta, possa levantar dados mais precisos para que novas moléculas venham somar para os produtores em busca de produtividades melhores”, destacou.
Ele falou sobre a nova molécula que é uma novidade no Brasil. “É um produto de alta performance que vem somar, dentro de um manejo fitossanitário, ativando mecanismo de defesa de plantas. Fazendo analogia com os humanos, como se fosse uma vacina aonde a planta se prepara para um futuro ataque de um agente danoso e da mesma maneira em relação a esse produto. É um indutor de resistência, ativa a defesa da planta, todo mecanismo de defesa e quando chegar a doença, a planta está com as defesas ativados. É algo inovador, diferenciado e, não temos dúvida que é a próxima tendência a se fortalecer, no uso conjunto de químicos, biológicos, e principalmente na questão da moléculas indutoras da defesa de plantas. Quando olhamos os resultados feitos na universidade associados com o resultado a campo, vemos uma molécula muito promissora que vem para somar demais através de defesa fitossanitária e melhoria de produtividade”, conclui.
Fonte: Portal Educadora