A polícia acredita que o veneno utilizado nos brigadeiros que contaminaram quatro adolescentes em Curitiba nesta semana é “chumbinho”, um tipo de raticida ilegal utilizado clandestinamente no Brasil e fabricado a partir de agrotóxicos. O produto não tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A conclusão da Polícia Civil com base em informações preliminares da perícia realizada em quatro bombons que sobraram e dos médicos que atenderam os adolescentes no Hospital de Clínicas (HC), de acordo com os sintomas que eles apresentaram.Apesar disso, a confirmação oficial do tipo de produto usado nos bombons só deve ser divulgada em uma semana, quando o laudo do Instituto de Criminalística ficará pronto. “Informalmente, já sabemos que foi chumbinho”, disse o delegado titular da Delegacia de Homicídios (DH), Rubens Recalcatti.Os doces foram entregues na casa de uma adolescente na última segunda-feira (12) por um taxista, supostamente para ela provar os bombons para a festa de 15 anos que ela estava preparando para o próximo sábado (17). Ela mora no Jardim Futurama, no Umbará. A identidade do taxista ainda é uma incógnita, mas Recalcatti ainda espera que ele se apresente para prestar informações. Três adolescentes seguem internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HC. A menina de 14 anos continua em estado grave. Segundo o Boletim Médico divulgado no fim da tarde, ela segue estável e respira com ajuda de aparelhos. Ele teria sido a que mais comeu os bombons infectados, por isso foi mais afetada pelo veneno utilizado. Outra adolescente, de 16 anos, está consciente, porém também respira com ajuda de aparelhos. Os médicos suspeitam que ela possa ter tido uma lesão pulmonar por conta do veneno. O terceiro jovem que segue internado tem 17 anos e, segundo a assessoria de imprensa do HC, existe a possibilidade dele receber alta da UTI nesta quinta-feira. Ele estaria bem, consciente e conversando. A quarta vítima, um menino de 13 anos, recebeu alta no fim da tarde de terça-feira. Ele estava internado, em observação, no Centro de Urgências Médicas do Pinheirinho.O caso é tratado como tentativa de homicídio pela Polícia Civil.