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Manejo integrado da soja reduziu em até 70% a aplicação de químicos nas lavouras

Curso, com 15 produtores de Dois Vizinhos, foi encerrado nesta sexta-feira, 12 de abril, numa parceria entre IDR, Senar/FAEP e Sindicato Rural.

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  • 12 de Abril de 2024
  • Foto: Assessoria

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Nesta sexta-feira, 12, está acontecendo o encerramento do Curso de Manejo Integrado de Pragas (MIP) na Cultura da Soja que é promovido através de uma parceria IDR com Senar e Sindicato Rural. Foram 15 agricultores assistidos e capacitados durante toda a safra para identificação de pragas e níveis de controle, o que resultou em economia de mais de 70% no uso de inseticidas em alguns casos. “Nesse programa, preconizamos o estudo de cada praga, conhecendo o nível de dano que ela pode causar na cultura e, a partir disso, embasado na pesquisa, utilizamos a natureza em favor da agricultura. Não é simplesmente utilizar um calendário de aplicações de inseticida, mas conhecer a lavoura, acompanhar, sabendo que insetos que estão ali e como eles podem ajudar ou prejudicar, o que gera economia na aplicação de inseticidas e benefícios para o meio ambiente, pro bolso do produtor, numa cultura com alto potencial produtivo e menores custos. A gente faz esse trabalho aqui durante todo o ano, temos atendimentos individuais, organizamos grupos, trabalhamos numa dinâmica de multiplicação. A parceria com o Senar é mais um método que utilizamos para multiplicar a informação e chegar a mais pessoas possíveis”, disse Vinicius Coletti, engenheiro agrônomo do IDR-Paraná, em entrevista para o Educadora News, da Rádio Educadora FM.

José Vescovi, instrutor Senar/FAEP, exaltou os resultados obtidos em Dois Vizinhos. “Eu tenho dados e o pessoal que vem há tempos e isso gera segurança para dizer que podemos chegar a 70% de redução no uso de inseticidas. Com um manejo razoável, já se reduz de 30% a 40% e em um manejo bom podemos chegar a 50% na redução de defensivos sem perder produtividade. Ou seja, a produção continua a mesma com menos custo. Além de reduzir a quantidade, reduz o número de produtos. Quem faz o acompanhamento sabe que, ao identificar os insetos, muitas vezes, percebemos que a maioria são benéficos e quando usa um defensivo sem critério, sem saber o que vai atingir, qual a praga que quer atingir, acaba matando os amigos e, depois, os inimigos vem com maior incidência”, explicou.

No município, alguns produtores não aplicaram inseticida no ciclo. “Tivemos cerca de quatro ou cinco produtores que não fizeram nenhuma aplicação de inseticida. A lavoura foi conduzida sem utilizar inseticida e isso é fantástico. Esse monitoramento é feito semanalmente, onde acompanhamos e identificamos tudo o que aparee na lavoura. Queremos, com os cursos que trabalhamos, que as pessoas tenham informação e gerem conhecimento para ter mais capacidade de gerir seus negócios”, completa.

Produtores comemoram

Altair Rizzi, produtor de Dois Vizinhos que participou do projeto, elogiou a parceria. “Meu primeiro curso foi de regulagem de pulverizador, aí já fomos para o MIP do soja, seguimos no MIP do milho e outro para o solo. Eu comecei a pensar que estava gastando muito dinheiro em veneno e não estava tendo resultados. Fui atrás do curso e o resultado foi excelente. Estamos usando muito veneno, prejudicando o solo, a água, o ar e também se matando e matando as pessoas que vão consumir os produtos. Eu cheguei usar nove químicos só num tanque e, nessa última safra, apliquei apenas um veneno por cautela e prevenção”, disse.

Participar do projeto, de acordo com Altair, diminui o trabalho do produtor rural no campo. “Ficou 100% mais fácil porque a ideia de, a cada 15 dias, entrar na lavoura com preventivo, usando veneno, não existe mais e a gente fazia muito isso. Agora, com o curso, temos conhecimento de amigos, de inimigos da planta. Não estamos 100% profissionais, mas com a redução de 50% imagina quantos litros de veneno usaremos a menos? A população tem que se preocupar, não é um problema meu, do IDR, porque todo mundo toma, come veneno sem necessidade. Temos orgânicos, biológicos que substituem os químicos e precisam ser utilizados”, conclui.

Fonte: Portal Educadora