Gilson e Robson Tedesco, no entanto, ressaltaram que a decisão da localização será extremamente técnica.
Foto: Arquivo Portal Educadora
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Os empresários Gilson e Robson Tedesco participaram do Programa Sete e Meia nesta quarta-feira, 26. Entre os diversos assuntos debatidos esteve a questão do projeto do frigorífico da Alpha Fish que pode ser edificado em Dois Vizinhos. “A gente está estudando aonde vai ser. Adquirimos um terreno em São Jorge, temos a área, mas nada está escrito na pedra que não pode ser mudado. O que vai levar em consideração é a questão do transporte, os colaboradores, enfim, mas já temos algumas conversas também com o prefeito Carlinhos (Turatto) para que o frigorífico seja instalado em Dois Vizinhos. Temos alguns afazeres e tarefas para cumprir antes do frigorífico, algumas lições que estão sendo feitas e que nos prepara para termos essa parte final, que seria o frigorífico. Estruturamos o bioflocos, teremos mais tanques na água, a questão do seguro, organizando tudo para depois construir o frigorífico que seria mais fácil do que tudo o que estamos fazendo agora. A questão da localização ainda não está batido o martelo de onde vai ser, mas existe a chance de ser em Dois Vizinhos”, disse Robson Tedesco, sócio da Alpha Fish.
Gilson ressaltou que a questão é extremamente técnica. “Nós não vamos escolher o local pelo coração. Vamos escolher o local que oferecer a melhor infraestrutura para desenvolvermos com custos amenizados a questão da produção. Se levarmos pelo coração, isso pode prejudicar o negócio. Temos que fazer algo para que, realmente, a gente consiga fazer com lucratividade e economia. Isso está bem claro. O frigorífico vai acontecer. Isso é essencial para que consigamos dar sequência nesse projeto. E não é só frigorifico, é a indústria de transformação. O peixe não é simplesmente fazer filé, usar o colágeno e a escama, não é isso que vai dar rentabilidade, isso é comodities. A gente quer fazer os derivados, que é o que mais a sociedade pede, se tem lasanha de peixe, bolinho de peixe, então, isso é algo muito maior. Inclusive, não vamos trabalhar só com a tilápia. Estamos trazendo outras espécies de peixe para colocarmos no lago para se desenvolver, ensaiar. É um projeto maior que só a tilápia”, explica.
Como está a empresa?
Gilson também falou sobre o momento e as inovações trazidas pela Alpha Fish. “O peixe é algo ainda novo na estrutura da produção alimentar profissional. Nós viemos com o viés de fazer uma empresa profissional e altamente tecnológica. O que temos com o bioflocos é muito diferente. Muitos gigantes tentaram e não conseguiram, mas a Alpha Fish, com todo a sua vontade fez acontecer. O sistema é inovador e vencedor, onde o peixe se alimenta do floco e o floco se alimenta do dejeto do peixe. Ontem levei um pessoal visitar a nossa estrutura e eles perguntaram como conseguimos fazer isso. Eu disse que foi com vontade, determinação e investimento. Esse sistema diminui a mortalidade e aumenta a imunidade do peixe. É diferenciado e dá um resultado também na colheita do peixe, já que estamos falando de uma cadeia de 35 dias no bioflocos e depois que ele chega aos 35 gramas nós vacinamos um por um e vai para o lago, nos tanques, onde ele fica mais seis meses alcançando pouco mais de 1 quilo de média para a comercialização”, explicou.
Robson falou sobre outras movimentações que estão acontecendo para estruturar a cadeia. “O que estamos fazendo não é só pra nós, é para o setor. Estivemos em Brasília (DF) falando com o Ministro da Pesca, juntamente com o Paulo (Litro – PSD), sobre um seguro, como o agro tem para a soja e milho, voltado para o peixe. Essa bandeira já foi levantada, o Paulo está trabalhando e não é um benefício só para a Alpha Fish, é para o setor em todo o Brasil. Estamos buscando também um entendimento melhor com o Ministério de Minas e Energia das usinas, então, estamos melhorando o segmento, quer as coisas mais claras e organizadas para que essa força cresça de maneira sustentável”, completou.
Maiores produtores na América Latina
A Alpha Fish já representa 4% da produção do Paraná. “Já somos um grande produtor de peixe e vamos ser o maior produtor da América Latina nos próximos anos. Estamos falando em 40 milhões de quilos de peixe por ano. É algo inimaginável. Uma empresa que vai faturar R$ 1,3 bi ou R$ 1,5 bilhão porque temos também o colágeno, que já vieram nos procurar para comprar o colágeno para utilizar na indústria de medicamentos, temos o pessoal que quer comprar o couro para a questão da queimadura, enfim, um ciclo que vamos entrar. Também estamos buscando um peixe matriz da Austrália, que é diferenciado, com cabeça maior, calda maior, então, estamos trazendo toda essa tecnologia e, em breve, teremos uma grande fornecedora de proteínas para o Brasil e o mundo aqui nos Lagos do Iguaçu que estava abandonado e tivemos a coragem de buscar as outorgas, fazer o investimento que já chegou a R$ 30 milhões e vai mais R$ 500 milhões para completar o ciclo, então, temos uma consciência do quão trabalhoso vai ser, mas o quanto vai ser importante para o Brasil e o mundo”, conclui.
Fonte: Portal Educadora