O Frei Ivo Lazzarotto, que atuou em Dois Vizinhos na década de 80, visitou o município neste início de julho e participou do Programa Sete e Meia nesta terça-feira, 2 de julho. Na ocasião, ele relembrou diversas histórias. “Quando foi criado o Grupo de Jovens Anawins, que são os pobres de Javé, fizemos um retiro numa selva, num mato, e alguém levou uma panela pra fazermos o risoto e, na hora de servir, a panela virou e a comida ficou estendida em cima do gramado. Foi a coisa mais linda ver o pessoal comendo na mesa que Deus preparou para nós. São aventuras bonitas do tempo da lareira, renovação carismática católica, cursilho, da catequese, os batizados, enfim, uma doce lembrança. Além do que, às vezes, sobrava tempo para jogar quatrilho até a madrugada e me fazia muto bem. Sai daqui com lágrimas nos olhos, mas fazer o que? A paroquia era da diocese, ela solicitou para enviar seus padres diocesanos e fui para outro lugar. Girei o mundo. Fui para Florianópolis, trabalhei em Joinville, Curitiba, continuei expandido no trabalho que Jesus decidiu”, disse. Atualmente, ele é pároco da Paróquia São Paulo Apóstolo em Capinzal (SC).

Frei Ivo é muito lembrado pela roçada da OCA. Na ocasião, ele convocou todos os fiéis para levarem suas ferramentas na celebração religiosa da quarta-feira de cinzas (dia 17 de fevereiro de 1988). O padre dizia que seria realizada uma grande encenação. Depois da missa, o povo foi levado, em uma grande procissão, a região que era conhecida como OCA (atual Bairro Vitória) onde estavam sendo construídas 204 casas populares que estavam abandonadas e tomadas pelo mato. Toda a sociedade (da cidade e do interior) ajudou na roçada e na conclusão das casas que foram destinadas a famílias em situação vulnerabilidade social. Depois do trabalho feito, o mato foi queimado e as pessoas abençoadas com as cinzas (fazendo o sinal da cruz). O livro tombo da Paróquia Santo Antônio dá conta de que mais de 10 mil pessoas participaram da ação. Todo o trabalho durou 45 minutos.

Caminho de Santiago

Ele se impressionou com Dois Vizinhos. “A cidade cresceu demais. Como cresceu. O que me impressionou foi indo para a Linha Tártari ver a primeira indicação do Caminho de Santiago. A plaquinha me chamou atenção. Estive no zigue-zague também onde teremos a capelinha de pedra. Eu preferi vir ver, fazer parte desse caminho porque daí a emoção se manifesta. Propagar uma coisa que a gente não conhece, não dá o efeito esperado. Quando comunicamos de algo que se tornou conhecido, vivenciado, o resultado é bem maior, mais profundo e autêntico. As vezes, esse trajeto feito como penitência, sentido vergonha do mal que praticou, buscando arrependimento, ele ressuscita, passa a ter vida nova pela graça de Deus. As amizades se refazem, eu sinto que estar em discórdia não é bom e o caminho representa a caminhada para o céu. Então, o Caminhos de Santiago me faz lembrar as ações que precisamos praticar. Fazer a peregrinação dos 162 km é uma caminhada da cura, da libertação, do sentir-se amado, de ter um corpo e mente sadia e vocês estão com um projeto maravilhoso”, conclui.

Fonte: Portal Educadora

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