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Área do feijão safrinha foi uma das maiores dos últimos anos

Houve uma redução de 35% na produção em relação ao que se esperava.

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  • 15 de Julho de 2024
  • Foto: Arquivo AEN

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JdeB – A colheita do feijão da segunda safra na região de Francisco Beltrão e Dois Vizinhos foi concluída em junho. O técnico Antoninho Fontanella, do Departamento de Economia Rural (Deral) do núcleo regional da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) divulgou um relatório com as informações e antecipou que houve uma perda significativa de produção em decorrência de problemas climáticos.

“Nós tivemos uma área plantada de 80.500 hectares e havia uma perspectiva de colheita de 161 mil toneladas de feijão. Com o decorrer do desenvolvimento das culturas e os problemas enfrentados em relação à questão climática, principalmente o excesso de chuva e com isso a presença de doença e pragas na cultura, nós tivemos muitos problemas em relação à mosca branca e doença como a cúrcuma e a ferrugem no feijão. Com isso, a cultura apresentou uma queda acentuada na produtividade”, relata Antoninho. A maioria dos produtores optou por plantar feijão carioca (60%) e uma parte (40%) feijão preto.

Houve uma redução de 35% na produção em relação ao que se esperava quando ocorreu o plantio, entre janeiro e março. “Em vez das 161 mil toneladas que havia sido previsto pra colher na nossa região, nós colhemos apenas 104.650 toneladas. Com isso, deixou-se de produzir praticamente, em função da questão climática, em torno de 940 mil sacas de feijão nos 27 municípios da nossa região. A perda chegou a 56.350 toneladas, uma perda de razoável pra acentuada”, informa o técnico. Essa quebra influenciou na rentabilidade dos produtores rurais.

O feijão preto hoje está cotado entre R$ 210 e R$ 250 e o feijão de carioca de R$ 190 a R$ 280. Essas cotações variam de uma região para outra no Paraná.

Uma das maiores

Apesar da quebra, foi uma das maiores áreas plantadas de feijão safrinha dos últimos anos na região de Beltrão-Dois Vizinhos. Para Antoninho, esse dado trouxe “uma certa preocupação em relação à área plantada, até porque no Estado Paraná nós tínhamos uma área plantada sempre na faixa dos 300 mil hectares e em função das questões de antecipação da colheita da soja, que antecipou a colheita em torno de 15 a 20 dias, influenciou bastante na área plantada de feijão de segunda safra em todo o Estado. Na região Sudoeste, para se ter uma ideia, normalmente nós plantávamos em torno de 150 mil hectares entre as regiões Beltrão, Francisco Beltrão, Dois Vizinhos e Pato Branco. Esse ano passou de 200 mil hectares, ou seja, praticamente 50% da área plantada no Estado Paraná foi plantada nesses três núcleos aqui no sudoeste do Paraná”.

Preços menores

Devido a essa grande área de cultivo, a perspectiva era de uma boa safra, influenciou também na questão do preço. “Nós tínhamos um preço no início de plantio da cultura situado na faixa até de R$ 360 a saca e, agora, em função da alta oferta do produto, caiu bastante o preço e, com isso, o produtor teve essa redução na rentabilidade, chegando ao preço de R$ 210 a 230 a saca. Também nós tivemos muitos problemas em relação à qualidade do produto colhido, em função das chuvas que ocorreram nos meses de maio, início de junho, muitos produtores tiveram dificuldade para salvar a cultura que estava a campo enfrentando as chuvas”.

De acordo com Antoninho, por causa das perdas acentuadas na qualidade do produto, teve produtores que tiveram, inclusive, dificuldade para a comercialização.

Fonte: Jornal de Beltrão