No último final de semana, entre os dias 27 e 28 de julho, 16 ciclistas de toda a região percorreram o caminho de Santiago de Dois Vizinhos num evento teste. O trajeto foi de 173,8 quilômetros com uma altimetria de 3.885 metros. “A gente iniciou na Igreja Santo Antônio, passando em todas as capelas, com muita oração. Paramos para almoçar no Alto Bela Vista, chegamos para missa e inauguração do marco do São Francisco do Bandeira, onde tivemos a honra de fazer o descerramento em nome dos ‘bicigrinos’. Também tivemos momentos junto aos peregrinos no jantar, pernoite e café. Saímos cedo percorrendo as demais comunidades, almoçamos na Linha Benetti, numa refeição preparada por nosso carro de apoio”, destacou Gelson Grando, que participou da pedalada.

Várias dificuldades foram enfrentadas durante o caminho. “Tivemos a chuva, barro, emoção, resiliência, chegamos fatigados, porém realizados, porque não é sobre, simplesmente, pedalar, mas peregrinar, se encontrar com Deus no caminho. Alguns tiveram quedas, de leve e até mais graves, mas a resiliência e a fé não deixaram ninguém desistir. Foram ainda pneus furados, correntes arrebentadas, porém, com companheirismo, um ajudando o outro, todas as bikes arrumadas e prontas conseguiram concluir. Foi emocionante”, completou.

Ele destacou que a bicicleta é uma possibilidade para as pessoas que desejam percorrer o caminho em dois dias. “Às vezes as pessoas pensam que peregrinação é a pé, a gente adoraria fazer caminhando, mas por levar cinco, seis dias, a maioria das pessoas não tem esse tempo, essa oportunidade de faltar o emprego e poder percorrer em cinco, seis dias. De bicicleta, com muito esforço, conseguimos em dois dias, então, possibilita para a gente fazer no final de semana e poder sentir esse caminho, passar pelas comunidades, e concluir com louvor. Claro que a gente, como ciclista, entende que esse caminho, por mais que tivemos todo o apoio, foi preparado para os peregrinos a pé. Os pontos de parada, hidratação, alimentação, mas a gente também conseguiu através da Jô e da Géssica, ter nosso carro de apoio para dar suporte e participamos, no São Francisco do Bandeira, com os peregrinos, vivendo a emoção de quem está percorrendo todos os dias esse caminho”, conclui.

Ele elogiou as comunidades e ressaltou que receber peregrinos e ‘bicigrinos’ será uma grande oportunidade. “As comunidades vão precisar se organizar em questão de hospedagem, pontos fixos de alimentação, onde as pessoas possam lucrar com os turistas e ajudar os peregrinos, ‘bicigrinos’ e todos que queiram se conectar consigo mesmo e com Deus, com o Divino. Desejamos que as peregrinações não aconteçam somente em datas ocasionais, mas ao longo do ano, quando as pessoas decidirem vir”, conclui.

Fonte: Portal Educadora