O casal mora há um ano e meio em Dois Vizinhos...
Repórter Islan Roque
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Yanisle Recio Pacheco e Yordany Guisado Romo, são cubanos. O casal mora em Dois Vizinhos, no Sudoeste do Paraná a aproximadamente um ano e meio, desde que chegou ao Brasil, para onde veio em busca de uma vida melhor e mais digna. Foram 11 longos dias de muito perigo e sofrimento até chegar no país vizinho, passando pela fronteira com o Estado de Roraima.
Hoje, Yanisle trabalha como auxiliar de depósito em um galpão de loja, enquanto Yordany trabalha em uma oficina mecânica. Para eles, o Brasil é um paraíso, aqui o casal encontrou oportunidades que nunca tiveram no país onde nasceram e se criaram. No Brasil, o casal conheceu a liberdade que nunca tive em Cuba. Yordany relata o sofrimento que os cubanos enfrentam com o governo comunista. Segundo Yordany, ele e a esposa nunca comeram tanta carne em toda a sua vida.
“Lá em Cuba a vida é muito sofrida e difícil para os cidadãos cubanos, não podemos ter e nem fazer o que queremos. Tudo é do governo, e tem que ser do jeito que eles determinam. Pagam muito pouco para os trabalhadores e ainda nos restringem a ter o que queremos. Para fazermos as compras do mês, a gente recebe uma lista com os produtos que podemos comprar e a quantidade. Por exemplo, cada cidadão cubano pode comprar apenas um quilo de arroz, por mês, só meio quilo de feijão por mês para cada pessoa e dificilmente a gente comia carne, pois cada pessoa só pode comprar uma coxa de frango por mês. Carne de gado é proibido comer. Se alguém abater uma vaga, pode pegar até dez anos de prisão, o crime é mais grave do que matar uma pessoa. Desde que a gente veio para o Brasil, comemos churrasco quase todos os dias, aqui é maravilhoso, um país livre e acolhedor. Nunca comemos tanta carne em toda a nossa vida”, afirma Yordany.
Yanisle, também disse que está muito feliz no Brasil e a única coisa que a faz chorar todos os dias, é a saudade que sente das suas duas filhas, de 18 e 14 anos. Segundo ela, as meninas estão sofrendo e até passando fome lá em Cuba. O seu maior sonho é trazer as duas filhas para o Brasil. Porém, as coisas não são tão fáceis assim.
“Nós viemos pra cá em busca de uma vida melhor, mas viemos de forma ilegal e não podemos voltar para pegar as nossas filhas. Se a gente voltar em Cuba, ficamos presos lá e nunca mais podemos sair do país. Tivemos que deixar as meninas com o avô e arriscar a travessia para o Brasil. Passamos por muitas dificuldades até chegar aqui, foram dias difíceis e perigosos, até fomos assaltados por falsos coiotes que tomaram o nosso dinheiro. A gente pensa em trazer as meninas pra cá, mas é muito arriscado, mas também não podemos deixar elas na situação que estão lá em Cuba. Todos os dias a minha filha mais nova me liga, chorando e dizendo que está com fome. Preciso trazer elas pra cá”.
Uma das formas mais fáceis para que o casal pudesse trazer as filhas para o Brasil, seria através da naturalização ordinária, que é a forma mais comum de obtenção na nacionalidade brasileira, mas pra isso o estrangeiro ou refugiado precisa comprovar que mora no Brasil de forma permanente e ininterrupta há pelo menos quatro anos. Assim, eles poderiam ir a Cuba e pegar as filhas, sem ter problema em voltar para o país vizinhos. Mesmo assim, o custo da documentação e Advogado não seria barato.
Sendo assim, o casal tenta juntar dinheiro como pode para tentar trazer as filhas de forma ilegal, mesmo sabendo dos riscos e perigos na travessia. De acordo com Yordany, eles vão gastar aproximadamente R$ 30 mil. Por isso, estão reunindo dinheiro, guardando o pouco que podem, por mês, para reunir o montando suficiente e tentarem trazer as meninas. Além disso, o casal está solicitando ajuda dos brasileiros, para que possam contribuir na realização desse sonho. Eles disponibilizaram a chave pix cpf: 80241660971 para aquelas pessoas que puderem e quiserem ajuda-los, depositando qualquer valor.
Repórter Islan Roque/Portal Educadora