Do lado brasileiro, a fila de veículos se estendeu por cerca de dois quilômetros ao longo da BR-277.
351
Cerca de 150 policiais federais, fiscais da Receita Federal e policiais rodoviários federais de Foz do Iguaçu, no Oeste do estado, aderiram ontem ao Dia Nacional de Mobilização em Defesa das Fronteiras do Brasil. Os servidores se concentraram durante quase todo o dia na Ponte Internacional da Amizade e no posto de fiscalização da Polícia Rodoviária Federal em Santa Terezinha de Itaipu.Muitos turistas e moradores da região foram surpreendidos e tiveram que esperar em média quase duas horas para poder cruzar a fronteira. Do lado brasileiro, a fila de veículos se estendeu por cerca de dois quilômetros ao longo da BR-277. A demora para atravessar a Ponte da Amizade, entre Foz e Ciudad del Este (PY), foi provocada pelo reforço na fiscalização de quem entrava no país com mercadorias trazidas do Paraguai.A mobilização pretende chamar a atenção da sociedade e das autoridades para a necessidade de reestruturação dos órgãos fiscais e de segurança que atuam nos 16,8 mil quilômetros de fronteira do país. Entre as reivindicações está a implantação do adicional de fronteira – acréscimos de 10% do salário, uma indenização pelos riscos das atividades realizadas nas regiões limítrofes –, melhor aparelhamento e ampliação do atual efetivo. A falta de estrutura, apontam os agentes, tem deixado as fronteiras “de portas abertas” para o tráfico de drogas e de armas e o contrabando. A delegacia da PF em Foz do Iguaçu, a maior do país, conta com 217 policiais, quando o ideal seria um número ao menos três vezes maior. A região concentra alguns dos pontos mais vulneráveis e mais utilizados pelo crime organizado internacional, como o Lago de Itaipu e o Rio Paraná. De acordo com representantes das categorias, a mobilização contou com a participação de servidores de todos os 11 estados que fazem fronteira com os países vizinhos. No Paraná, houve adesão também em Cascavel e Guaíra, na divisa com o Mato Grosso do Sul.