Secretaria de Saúde retomou a divulgação dos boletins semanais.
Foto: SESA-PR
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O verão ainda não chegou, mas a dengue já é um problema em Dois Vizinhos. Na manhã desta quinta-feira, 21, em participação no Programa Educadora News, os agentes comunitários de saúde Aline Constantino, Marcos Fábio Fabiane e Geise Kerly Furlan Weiss destacaram que os índices de infestação do mosquito aedes aegypti estão altos e que o clima está propício para a proliferação do mosquito transmissor da doença. Outro problema é que o município já conta com cinco casos da doença confirmados. “Toda época quente do ano, vamos ter casos de dengue. Como nosso clima está mudando, está cada vez mais quente, nesse ano já são cinco casos confirmados e isso acende uma luz vermelha. O índice deu alto já que o preconizado pelo Ministério da Saúde é menos de 1% e estamos com 5,5% e isso nos dá indícios que vamos ter dias difíceis porque ainda estamos na primavera. As pessoas denunciam, falam de lotes baldios, mas os maiores problemas estão nas casas, das pessoas que pegam água da chuva, em cisternas, e não tratam. Pratinhos de flor já tinha acalmado bastante, mas agora estamos achando muitas larvas, as piscinas, os bambuzinhos da sorte, o lixo, enfim, a luta é constante para conscientizar”, disse Geise Kerly Furlan Weiss.
Ela falou especificamente sobre as cisternas. “É necessário usar o cloro de fator noventa ou acima e tratar semanalmente. A gente tem muita caixa de 5 mil litros, que ficam com 300 litros de água, mas o tratamento feito deve ser para os 5 mil litros. Quando encontrarmos larvas, a orientação é esvaziar a cisterna, limpar, esfregar com escova e sabão toda a parte interna. Outro detalhe é que, muitas vezes, a chuva traz os ovos das calhas, eles ficam grudados na cisterna e, quando entra em contato com a água, vai eclodir”, completa.
Bairros mais afetados
Aline Constantino destacou que toda a cidade já conta com a presença do mosquito aedes aegypti, mas apontou regiões mais críticas. “Os bairros mais infestados foram o São Francisco de Assis, Vitória e Santa Luzia. Essas larvas estão sendo encontradas no lixo comum, que temos a coleta na cidade. Esses depósitos estão sendo encontrados em lotes com residências, com moradores. Os terrenos baldios, claro, são um problema, mas a maior dificuldade ainda é o lixo nas casas. As pessoas precisam perder o hábito de jogar as coisas fora, na rua, seja pela janela do carro, no chão, em terrenos baldios. A grande maioria das larvas que encontramos foi dentro de residências. Esses três bairros tivemos índices altos, mas as larvas estão em toda a cidade”, lamentou.
Marcos Fábio Fabiane ressaltou como acontecem as visitas. “Estamos sempre no campo. As casas que estão fechadas, a gente deixa um bilhete para o cidadão entrar em contato porque trabalhamos em horário comercial, é difícil achar 100% aberto. Muita gente não deixa o agente entrar, tem gente que resiste a visita e, chega a ser vergonhoso ter que entrar no lote e ver se a pessoa está cuidando da sua casa. As casas abandonadas, nós buscamos descobrir o proprietário ou o responsável para emitir os comunicados e fazer as vistorias”, conclui.
Cinco casos
A partir desta semana, a Secretaria Municipal de Saúde retoma a divulgação regular dos dados sobre a dengue em Dois Vizinhos. De acordo com o primeiro boletim, divulgado na terça-feira, 19, o município tem 11 notificações, sendo cinco casos confirmados, três negativados e três suspeitos. Não há pessoas hospitalizadas e nem óbitos relacionados a doença. A divulgação dos boletins havia sido interrompida em 20 de junho deste ano, quando o município passava por um momento de alívio após enfrentar uma grave epidemia: na ocasião, mais de 7.100 casos confirmados de dengue haviam sido registrados, com dez óbitos. A secretaria de saúde orienta a população sobre medidas essenciais para combater a dengue, como eliminar focos de água parada, limpar calhas, tampar caixas d’água e descartar recipientes que acumulem água. Além disso, qualquer sintoma como febre, dores no corpo e manchas vermelhas deve ser comunicado imediatamente às unidades de saúde.
Fonte: Portal Educadora com Assessoria