Evento motiva produtores de leite a produzirem uma silagem de melhor qualidade e, assim, conseguir melhor retorno financeiro.
Foto: Arquivo Portal Educadora
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Na próxima quarta-feira, 27, acontece o 3º Torneio de Silagem de Dois Vizinhos. O evento será na Casa do Criador, no Parque de Exposições. Os produtores serão recebidos com café da manhã a partir das 9h, depois terão duas palestras: uma sobre nota eletrônica e outra sobre tecnologia na produção da silagem e resultados práticos. Em seguida acontece a premiação do concurso e um almoço de confraternização. O evento é promovido pelo IDR-Paraná em parceria com o Plano de Desenvolvimento Local Dois Vizinhos 2040 da ACEDV/CDL, Prefeitura Municipal, Cresol Pioneira e Gaio Agronegócios. “O leite gera, atualmente, cerca de R$ 140 milhões por ano, podendo chegar até R$ 180 milhões, ou seja, é uma cadeia muito importante, que representa 8 a 9% do PIB do município. Ainda temos potencial para crescer, expandindo, por exemplo, a produção média. Então o nosso propósito, como plano DV 2040, é trabalhar para auxiliar a incrementar a produção e a qualidade do leite”, resumiu Luiz Carlos Peretti, coordenador do Plano DV 2040.
Fernando Calgaroto, produtor de leite e vice-presidente da Cresol Pioneira, exaltou a importância do evento. “O milho é o principal alimento para as vacas leiteiras e, mesmo quem tem os animais no pasto, usa a silagem como complemento. Então, você tendo uma silagem de qualidade consegue diminuir o custo de e gasta menos em ração. Vale ressaltar que o leite deixa o dinheiro no município, porque os produtores recebem os valores aqui, gastam nas agropecuárias e fazem as compras na nossa cidade e isso faz com que a cadeia gire e desenvolva ainda mais Dois Vizinhos”, explica. Ele exaltou a boa adesão. “Buscamos os produtores que se inscreveram no ano passado e também agregar outros. As coletas e as avaliações já foram realizadas no laboratório e, mesmo quem não se inscreveu, é convidado a participar do evento que teremos uma palestra sobre a importância da qualidade de silagem e outra sobre a nota eletrônica que será obrigatória a partir de janeiro de 2025”, convida.
Rafael Flavio Dias Cavallieri, zootecnista do IDR-Paraná, acrescentou que o torneio é pensado para qualificar ainda mais os produtores. “O objetivo é muito claro e a ideia é conhecermos a realidade para traçarmos um plano e melhorar. Temos três anos de evento, isso já nos gera um bom banco de dados e dá alguns direcionamentos porque a silagem representa hoje, na maioria das propriedades, 60, 70% do custo de produção. Eu tenho percebido que alguns produtores evoluíram na qualidade, outros regrediram. Claro que temos fatores externos como o clima, a condição do solo, mas temos questões práticas como a escolha do híbrido, o momento do plantio, a tecnologia da colheita e também a tecnologia no momento da ensilagem. Não adianta pagar R$ 1,2 mil no saco de semente de milho para plantar, gastar óleo diesel, horas máquina, pagar caro numa automotriz e, na hora de colocar no silo, não fazer a compactação que é fundamental. Percebemos que a compactação diminuiu e isso não pode acontecer. Isso é dinheiro perdido”, completou. Ele ressaltou que todos os participantes do concurso municipal estarão, automaticamente, concorrendo no concurso regional que acontece em Mangueirinha no dia 3 de dezembro.
Dirceu Restelatto, técnico em agropecuária e funcionário da Secretaria Municipal de Agricultura, destacou o apoio do município para a cadeia produtiva. “A administração vem investindo em melhoramento genético há 30 anos, mas faltava a situação da alimentação, manejo, criação e hoje se criou esse grupo, através do Dois Vizinhos 2040, que começou a trabalhar algumas situações e hoje estamos discutindo a silagem que é um produto que 100% dos produtores utilizam. Temos uma evolução muito grande na questão do confinamento de animais de leite no município, cerca de 35% estão fechados e eles consomem mais silagem do que o gado criado solto e isso fez com que buscássemos avaliar as situações, qualidade, quantidade e isso é observado em todos os ciclos da produção de silagem. A atividade é complexa, cara, tínhamos produtores, quando começamos, que faziam silagem socando com o pé e hoje temos automotrizes, a tecnologia chegou. Temos produtores que não tiram mais leite com máquina, tem robôs, produtores que conseguem tirar férias da ordenha, que usam inteligência artificial e isso mostra a qualificação. O leite é a quarta economia junto ao VBP, com cerca de 200 mil litros por dia numa evolução constante, mesmo diminuindo o número de produtores já que perdemos cerca de 50% dos produtores em 10 anos. Eles se especializaram, aumentaram planteis, buscam informações e evoluíram”, conclui.
Fonte: Portal Educadora