Programa Sete e Meia desta sexta-feira, 27, recebeu Alex Alff e Marcus Glauco Faria de Sant`anna que falaram sobre o assunto.
Foto: Portal Educadora
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Quem, no seu dia a dia, nunca se surpreendeu com as redes sociais lhe oferecendo um produto minutos depois de você comentar com alguém sobre aquela necessidade? Isso tudo é Inteligência Artificial (IA) que faz com que a sua rotina na Internet ofereça para você, durante sua navegação, apenas coisas que você julga interessante.
Recentemente, com a popularização do ChatGPT, muita gente passou a se assustar com a eficácia da tecnologia, entretanto, durante participação no Programa Sete e Meia de sexta-feira, 27 de dezembro, Alex Alff destacou que temos que nos aliar a essas inovações. “A gente esteve num congresso no mês de outubro e, realmente, as reflexões que o evento nos motivou é que a IA nos impressiona, nos deslumbra e, claro, nos assusta porque, a cada dia, ela está mais implícita no nosso dia a dia. O que a gente faz, onde frequentamos, o que a gente fala, muito mais do que a gente pensa. Junto com isso, vem muita inovação, saúde pela frente e questões que vão nos fazer evoluir muito nos próximos anos. O povo está encantado, acelerado e, hoje, se você não absorver, se profissionalizar para usar essas ferramentas elas vão passar por cima”, resumiu.
Hoje a IA percebe, através do nosso semblante, o que gostamos e não gostamos. “Num primeiro momento, as redes sociais nos mostravam o que você pesquisava, depois o que você falava e, hoje, ela avalia, pela câmera frontal do telefone, se você gostou ou não do que ela apresentou para você. E isso acontece sem você perceber. O ChatGPT está em ênfase, mas existem infinitas plataformas, cada uma focada numa necessidade”, completa Alex.
Marcus Glauco Faria de Sant`anna é professor e especialista em IA ressaltou que a tecnologia já é utilizada há muito tempo. “A IA como conhecemos explodiu de alguns anos para cá mas já é utilizado há muito tempo no setor bancário, por exemplo, para identificação de fraudes. O que aconteceu é que os hardwares, os computadores, evoluíram muito para que a inteligência consiga absorver todos os dados que mandamos para lá, por isso chegamos nesse momento. Se a IA percebe, por exemplo, que todo dia eu acordo 7h30 e pego o celular, ela já começa a mandar coisas que eu considero interessante nesse horário, porque ela vive de padrões”, disse.
Ele ressalta que algumas funções de trabalho serão substituídas pela tecnologia. “Quando falamos em substituir empregos, falamos especificamente do braçal/operacional que traz malefícios para a saúde humana, seja ficar na mesma posição, atividades repetitivas. Então você pode colocar um processo robotizado e essa pessoa aprender uma outra função dentro do próprio negócio. Óbvio que é necessário buscar esse conhecimento. Não tenham medo da IA, ela está presente no nosso dia a dia, nos ajuda bastante e, mesmo assustando um pouco, eu estudo há 10 anos, ela é inevitável, vamos ter que conviver e se adaptar para conviver da melhor forma possível”, completou.
Tem como fugir?
Marcus destacou que é difícil viver sem a IA. “Independentemente de ter rede social ou não, a gente não vai ficar livre dos olhos das empresas que buscam os dados e eles serão fornecidos para a IA porque a gente consome, anda, vai passear, paga uma conta, então, em todos os lugares temos câmeras, que são interligadas por nuvens, você tem um celular que, mesmo sem rede social, ouve o que você fala, as TVs mais modernas, o aspirador robô, então é muito difícil fugir. A gente precisa conviver e aproveitar do que ela nos fornece de bom. Importante é termos discernimento que tudo que serve para o bem, também serve para o mal. A mesma faca que corta uma carne pode ser utilizada para o mal. Não tenhamos medo, olhe para a IA, aproveite esse recurso que nos ajude a poupar tempo e ganhar dinheiro”, completa.
Na escola..
Os professores vêm tendo novos desafios com a IA e seus alunos. “Eu sou professor há 20 anos no ensino superior e existe uma preocupação em relação a quanto os alunos estão absorvendo do conhecimento. Quando passamos um trabalho, é para que ele ganhe conhecimento e ele se torne melhor na profissão que escolheu exercer. Eu percebo que as vezes passo um trabalho e em 2 minutos ele está no meu e-mail. É fácil pedir para o chatGPT fazer, mas um alerta para os pais é que os jovens estão perdendo a capacidade de pensar. Incentivem os filhos a fazer o trabalho, pode até usar o ChatGPT, mas leia, entenda a argumentação, veja se faz sentido, porque se não simplesmente queremos nos livrar do problema e não nos tornaremos seres pensantes”, conclui.
Fonte: Portal Educadora