Em 2019, depois de 10 anos de trabalho com as oficinas de dança em Cruzeiro e Boa Esperança do Iguaçu, a bailarina Patricia Manica, 33 anos, decidiu tirar três meses de férias no México, onde morava sua amiga de infância Naiane Witeck. O objetivo era conhecer o país, a cultura local e participar de algumas oficinas de dança.

Os planos mudaram quando ela foi selecionada para participar de um musical e as férias já duram mais de seis anos. “Eu ia visitar a Naiane, que estava grávida, e aproveitar para fazer alguns cursos para voltar com a experiência internacional. Em uma dessas aulas, o coreógrafo me indicou para o musical ‘Jesuscristo Super Estrella’, que é muito famoso lá, uma ópera/rock e eu fui fazer a audição sem muita esperança, não falava espanhol, e passei. Foi o primeiro teste. Quando eu cheguei em casa e falei para a Nai que havia passado ela disse que eu não tinha noção da grandiosidade do espetáculo, do projeto que eu estava entrando. Afortunadamente, eu entrei numa produtora que é a melhor do México. Eles trabalham com muitos famosos e abriram portas para mim em muitas coisas”, contou Patricia em participação no Programa Sete e Meia, da Rádio Educadora FM.

Além dos espetáculos, ela também participou de séries e comerciais na TV e cinema. “O meu coreógrafo trabalhou com a Thalia, que fazia Maria do Bairro, então, eu consegui participar de séries da Netflix, Disney, comerciais na TV, coisas que eu jamais na vida pensei que iria fazer. Participei de programas de televisão também, passei por todas as emissoras do México. Com o musical também eu tive o prazer de conhecer muitas cidades, uma mais linda que a outra. O México tem uma cultura muito rica, muito bonita e a dança é muito valorizada lá, os artistas, os teatros estão sempre lotados nas apresentações”, completou.

História

Ela começou a dançar muito quando era criança. “Eu tinha oito anos e me formei no Stúdio Giane Bellé. Eu sempre fui apaixonada pela dança. Tive de exemplo meus pais, a Silvana e o Neri, minha mãe é educadora, o pai sempre trabalhou com esportes, com as crianças, e eles foram meus grandes exemplos para seguir nessa rotina de ser professora. Atuei por 10 anos nos projetos sociais de Cruzeiro e Boa Esperança do Iguaçu, passaram por mim mais de 300 alunos e juntos, nós, grupos de danças, conquistamos muitas coisas na nossa região, participamos festivais de dança, fomos para Chapecó (SC), Joinville (SC) e voltar aqui hoje é bastante nostálgico porque lembro tudo que conquistamos e dos momentos maravilhosos”.

Patricia casou com o mexicano Israel Medina e tem uma filha chamada Martina. “Com três meses eu conheci meu marido. A gente tinha amigos em comum e foi no ano da pandemia que começamos a namorar, ficamos noivos e agora temos uma filha que era um sonho também. Eu celebro também porque pude dançar grávida até os sete meses. Foi maravilhoso porque poder fazer o que eu gosto e carregar uma filha dentro de mim. Hoje, ela adora danças e eu digo que ela é CruXicana, mistura de Cruzeirense com Mexicana. A gente paga um preço muito grande por morar longe, estar distante da família, mas eu sou muito feliz por tudo que eu pude fazer e continuo fazendo lá”, celebrou.

Fazia dois anos que Patricia não voltava para o Brasil e recusou uma proposta de participar de um musical para estar aqui. “A temporada dos musicais vai de seis meses a um ano, dependendo da obra. Por exemplo, agora que estou aqui, perdi um novo projeto que eles estão ensaiando e, como fazia tempo não vinha para cá, decidi deixar de lado e vir passar um tempo de qualidade com a família. Quando a gente sai, começamos a dar valor para o lugar de onde viemos. Não tem comparação essa natureza que temos aqui, é um lugar maravilhoso, de paz, tranquilidade e ver todo esse verde, respirar esse ar, a cordialidade das pessoas, enfim, o Sudoeste do Paraná é maravilhoso, com pessoas talentosas, trabalhadoras, humildes e voltar para cá sempre é um evento muito esperado, amo vir para cá”, explicou.

Fonte: Portal Educadora