O conjunto de alimentos ficou 72% mais caro no município enquanto o INPC calculado foi de 40% e o IPCA foi de 38%.
Foto: Arquivo Portal Educadora
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Nos últimos oito anos, o duovizinhense perdeu mais de 30% do poder de compra somente com alimentos. Os dados foram apresentados pelo professor Sérgio Kuhn, da UTFPR de Dois Vizinhos, que faz a pesquisa mensal do custo da cesta básica no município. O trabalho utiliza a metodologia do Dieese. “Pegando de 2017 até 2024, que são oito anos, na média, em Dois Vizinhos, Pato Branco e Francisco Beltrão, a cesta básica subiu 72% e o INPC, nesse mesmo período, foi de 40%, então a perda do poder de compra foi de 32%. Em relação ao IPCA, que ficou em 38%, a perda do poder de compra foi de 34%. Esses índices, o INPC e o IPCA, são oficiais do governo e utilizados para medir a valorização dos preços de produtos e serviços mas não batem com o reajuste de 72% dos preços de arroz, feijão, café, açúcar, farinha de trigo, batata, banana, tomate, margarina, pão, óleo de soja, leite e a carne”, destacou o professor em participação no Programa Sete e Meia.
O aumento do óleo diesel também foi muito superior aos índices oficiais. “Em 1º de fevereiro de 2015, o diesel custava R$ 2,84 na bomba. Agora, ele está em R$ 6,64. Se pegar os últimos oito anos, a alta foi de 84%. Se eu pegar os últimos 11 anos, a alta foi de 133%. Vale ressaltar que esse combustível é muito utilizado para veículos de cargas, máquinas agrícolas, então se comparar essa alta dos últimos anos com o INPC ou o IPCA, vai ser 40%, 44% de perda do poder de compra em comparação com os índices de governo no óleo diesel. A Copel, se olharmos os últimos 11 anos, elevou em 113% as tarifas e a Sanepar, na água, em 12 anos, reajustou em 101%”, completa o professor.
Sente no bolso...
Os duovizinhenses percebem que o dinheiro vale cada vez menos. “Na prática, os preços sobem mais que os índices oficiais. Isso quer dizer que a população luta por subsistência e sobrevivência. Percebemos que com o que a gente ganha, compra cada vez menos, então, qual é a solução? Na verdade, o caminho é fazer pesquisa, aproveitar os preços que os supermercados tem nas promoções durante a semana. Não quero ser pessimista, apenas realista para mostrar o que sempre percebemos, o sentimento que nos acompanha toda vez que vamos comprar produtos vemos somente a elevação, o crescimento dos preços. A gente precisa fazer o que? Se adaptar, comprar substitutos que tem a mesma função e finalidade e menor preço”, completa.
Fonte: Portal Educadora