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Dois Vizinhos tem 161 crianças com autismo na educação municipal

Secretaria da educação tem uma equipe multidisciplinar para atender os alunos especiais.

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  • 01 de Abril de 2025
  • Foto: Portal Educadora

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O dia 2 de abril é o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. Visando a identificação precoce e atendimento especial para os alunos da educação infantil, a Secretaria de Educação de Dois Vizinhos conta com uma equipe multidisciplinar voltada para a educação especial, que atende crianças autistas, com déficit de atenção ou com dificuldade de aprendizagem. Talita Klock Kayser, psicóloga efetiva da Secretaria de Educação há nove anos e responsável todas as demandas relacionadas à Educação Especial e Inclusiva, participou do Programa Educadora News e falou sobre esse trabalho. “Temos preocupação com as demandas, sendo que os CMEIs e escolas nos encaminham quando há suspeita de qualquer transtorno de desenvolvimento ou deficiência intelectual para já iniciarmos o acompanhamento. Quando reportado, vamos até o local, fazemos o período de observação, conversamos com os professores, a família e a criança para atender no individual. Verificamos e encaminhamos de acordo com a necessidade. Se atende critérios e diagnósticos para um transtorno, fazemos encaminhamento médico, com carta, relatório, sempre com consentimento da família”, explica.

Atualmente, a rede municipal tem 161 alunos com autismo e são cerca de 130 profissionais de apoio contratados exclusivamente para atendê-los. “Vamos até as escolas, CMEIs, acompanhamos, passamos orientações sobre como agir, proceder e, muitas vezes, alinhamos trabalho com a família, falando sobre estratégias e expectativas. No passado, a professora encaminhava direto para o médico e isso agora mudou. Em relação ao trabalho, também acompanhamos os alunos, principalmente, os que apresentam maior dificuldade, para orientar como proceder. Nossa preocupação é muito grande e temos, atualmente, 161 crianças com autismo na rede municipal. Semana passada, fizemos uma formação para todos os profissionais de apoio de alunos com TEA e foi muito bacana. Conseguimos tirar dúvidas, falar sobre as atribuições do professor auxiliar, que está ali para mediar todo o processo de adaptação da criança, a comunicação, a socialização e dar o suporte pedagógico. Muitas vezes, o auxiliar precisa traduzir a mensagem do professor, estabelecer uma rotina, buscar uma comunicação alternativa aumentativa, a criança com autismo tem um processamento visual melhor, eu tenho que ser mais literal com ela, trabalhar no concreto”, completa.

No ano passado, a equipe multidisciplinar para educação especial ganhou uma nova profissional efetiva, a psicóloga Caroline Stodulny Andrade. Isso possibilitou que a fila de espera de avaliações, que contava com 100 crianças, fosse zerada. “Quando eu entrei, existia uma metodologia de trabalho e as demandas eram grandes. As meninas realizavam as avalições psicoeducacionais e, com a minha chegada, foi possível reestruturar, conseguimos dividir as demandas, tínhamos uma fila de espera e conseguimos zerar. Hoje, as diretoras, coordenadoras, tem porta aberta na secretaria e, quando chegam os encaminhamentos, no máximo, em 15 dias as crianças começam a ser atendidas. É uma conquista muito importante, ficamos muito felizes e temos que enaltecer que a equipe não fica somente na secretaria, mas passa também pela nutricionista responsável pela merenda, a fonoaudióloga com especialização em TEA, assistente social que dá sequência nos encaminhamentos após as avaliações, trabalhando com alunos e família. É uma rede, sem contar os outros serviços da administração que trabalham em sintonia com a educação”, conta.

A orientadora educacional, Maria Cristina Carioletti, explicou que hoje o município conta com material Abacadá para atender alunos com dificuldade de aprendizagem, mas os métodos são adaptados para cada realidade. “Esse material é muito bom, foi adquirido pelo prefeito Carinhos Turatto para dar esse suporte e está disponível na sala de recursos, mas também em todas as escolas, para os professores trabalhar com os seus alunos. Com os alunos especiais, adaptamos atividades, montamos, planejamos, e fazemos um plano especial de aula para cada criança. Temos uma relação bem estreita com o professor regente, sentamos, conversamos, pensamos para melhorar a qualidade de ensino desse aluno”, conclui.

Fonte: Portal Educadora