O ataque de moscas brancas que transmitem o vírus do mosaico dourado em lavouras de feijão da região do Vale do Iguaçu está provocando grandes prejuízos para os produtores na safrinha (segunda safra 2024-2025). Informações obtidas pelo Jornal de Beltrão apontam que há lavouras que terão prejuízos de 100%. Agricultores, técnicos e empresas do agronegócio se reuniram no final de abril com o chefe do núcleo regional da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) em Dois Vizinhos, Adão dos Santos, gerente regional do IDR-PR, Arnildo Sganzerla, e a chefe do escritório regional da Agência de Defesa Agropecuária (Adapar), Leila Matzembacher, além do secretário de agricultura de São Jorge D´Oeste, Gerson Koch, para juntos, acharem soluções em vista deste problema do momento.

Na última semana, pesquisadores do IDR-Iapar de Londrina estiveram na região coletando plantas de feijão que serão submetidas ao ataque de moscas brancas, no sistema de pesquisas, para emitir um laudo. Em caso positivo de ataque e transmissão do vírus do mosaico, os produtores que financiaram as lavouras poderão usar como argumento para solicitar a indenização pelo seguro agrícola.

Problema em vários municípios

Mauricio Peretiatko, técnico da Gaio Agronegócio em São Jorge, confirma que o problema está ocorrendo nas lavouras do Vale do Iguaçu e também estaria afetando lavouras na região de Pato Branco. O técnico diz que a mosca branca transmite o vírus do mosaico e no ataque às plantas do feijão acaba destruindo-as e causando grandes prejuízos nas lavouras. De acordo com Maurício, a praga tem químicos de controle. Mas no caso do ataque pelo mosaico dourado nas plantas “não tem mais o que fazer”. Segundo ele, não há um produto que consiga reverter o vírus do mosaico.

Outro problema é que a saliva da mosca branca é açucarada e, expelida nas plantas do feijão, pode facilitar o ataque do fungo fumagina. Com isso, pode ocasionar mais prejuízos para as lavouras.

Maurício conta que vários produtores rurais de São Jorge D´Oeste vão perder 100% nas suas áreas de cultivo de feijão. A situação acabará prejudicando não apenas os produtores rurais, mas também as empresas que compram o produto e os consumidores, que poderão pagar um preço maior pela queda de oferta. “Acaba prejudicando todo mundo”, sublinha Maurício. Ele lembra que nas safras de 2016 e 2024 houve ataque, mas os danos não tinham sido tão grandes como os registrados na safrinha deste ano.

Presidente do Sindicato Rural de Verê, Jaimir Colognese, prevê que a quebra será grande no município devido ao problema. Ele acha que as altas temperaturas registradas em março e abril deste ano podem ter contribuído para a infestação de moscas brancas. As plantas ficam amareladas pelo ataque do mosaico.

Fonte: Jornal de Beltrão