Está sendo feito um abaixo-assinado pedindo soluções da Sanepar para os problemas que são constantes na região.
Foto: Arquivo/Portal Educadora
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Na noite desta quarta-feira, 21, às 19h, um grupo de moradores do Bairro Santa Luzia está organizando uma reunião no centro comunitário para debater as faltas de água que são constantes na região Sul da cidade. O grupo também está organizando um abaixo-assinado para que a Sanepar busque soluções para o problema. Moradores do Santa Luzia, Esperança, Concórdia, Bem Morar, Nossa Senhora de Lourdes, da região central, entre outras, já assinaram o documento.
“Eu moro no Santa Luzia há 37 anos e sempre sofremos com a falta de água. Infelizmente, até hoje, nunca tivemos uma solução para os problemas. Agora, chegamos num ponto crítico, não tem mais o que fazer. A população vive uma insegurança quando chega na sexta-feira, normalmente, não tem água. Sexta, sábado e domingo que são dias de descansar, organizar a limpeza da casa e costumamos não ter água. Conversei com vários moradores sobre a situação e a preocupação é a mesma e o problema que ninguém dá uma solução. O prefeito está disposto a nos ajudar, mas sabemos que a Sanepar não é uma atribuição do município, então, precisamos do apoio dos nossos deputados da região para solucionar esse problema”, diz Claudinei Fragozo, um dos organizadores do documento, em entrevista para o Educadora News.
Andreana Salvador Jasinski é diretora da Escola do Santa Luzia e reside na região. Ela falou sobre as dificuldades que a população enfrenta por não ter água. “Eu moro há 17 anos no bairro, mas trabalho na escola há 31 anos e sempre foi assim, mas hoje a intensidade é muito maior. Na escola, por exemplo, mesmo com caixa d’água, temos dias que temos que cuidar as crianças porque se um aluno enche muito a garrafinha, o outro pode ficar sem água. Estamos perto de 650 alunos, dá uma média de 350 por horário e tem dias que não podemos dar descarga e não temos água para consumo. Está insustentável”, reclamou. Ela destacou como começou o grupo. “A Elizandra (Caron), minha vizinha, criou o grupo no dia 14 de março porque estava demais. De lá para cá, temos conversado para buscar soluções. Nos anos anteriores, já fomos na Sanepar várias vezes, ligamos infinitas vezes e estamos fazendo papel de bobo porque nunca nos deram uma solução. Na última semana, a culpa era da Copel porque não teve energia para a bomba. Vale ressaltar que não queremos brigar com ninguém, o prefeito está do nosso lado, temos deputados do nosso lado, só queremos o que é nosso por direito. Pagamos por isso, mas a Sanepar não consegue prestar um bom serviço. A união faz a forca e precisamos da população conosco para mostrarmos para a Sanepar que temos força também. Não sei se perfurar um poço artesiano, instalar reservatórios ou o que vai resolver, mas eles que são os especialistas. Só queremos resolver”, completou. A diretora ressaltou que muitos dias precisa liberar o uso de uniforme na escola porque os pais não conseguem lavar as roupas.
Claudinei lembrou que, mesmo as famílias que tem caixa d’água estão sofrendo. “A Sanepar tem no seu regulamento que as famílias precisam ter uma caixa de água de 500 litros e, no bairro, muitas pessoas não tem condição de colocar essa caixa da água. Além disso, muitas casas não tem a caída necessária e, mesmo quem tem, acaba sofrendo e ficando sem água no final de semana. A população já não aguenta mais. Precisamos do apoio de todos para resolver essa situação”, conclui.
Muita interação
Durante a entrevista da dupla no Educadora News, houve muita interação da população no Facebook da Educadora FM. Os moradores da região comentaram situações referentes a um reservatório que tinha na região e foi desativado, casos de casas que tem cisternas e caixas d’água e mesmo assim ficam sem água, da situação do Nossa Senhora de Lourdes onde, mesmo residindo ao lado do reservatório da Sanepar, algumas casas ficam sem água quase todo final de semana e outros problemas acarretados pela falta de abastecimento.
Fonte: Portal Educadora