Ele está na empresa há 17 anos e, quando entrou, eram 470 funcionários, número que chega a 15 mil na atualidade.
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Na última quinta-feira, 19 de junho, o programa Sete e Meia, da Rádio Educadora FM, recebeu Luciano Santin, diretor da Pluma Agroavícola. A empresa celebra, em 2025, 26 anos de história, sendo que Luciano está no grupo há 17 anos. “Só para dimensionar, quando eu entrei, tínhamos 470 funcionários. Hoje, o grupo possui cerca de 15 mil funcionários, um número bem interessante. Esse crescimento passa por várias unidades, em 10 Estados do Brasil e na Argentina, produzindo ovos, pintos, ovos de biotecnologia, peixes, frango como produto acabado, genética de aves para ovos comerciais, enfim, são diversas áreas”, resumiu.
Ele falou sobre os desafios de produzir (e entregar) ovos férteis. “A cadeia é a seguinte: primeiro, você aloja uma matriz de recria, que fica seis meses alojada enquanto pintinho até se transformar na galinha que vai começar a pôr o ovo. Depois desse período, ela vai transferida para um galpão de produção, onde, durante um ano, vai fazer a postura dos ovos. O ciclo é de um ano e meio. Ela coloca os ovos, eles são transferidos para uma central que faz toda a classificação por peso, tamanho, a ovoscopia para entendermos se está fertilizado ou não, aí ele é transportado para o incubatório ou ele vai para a exportação. Se vai para o incubatório, temos todo um processo para nascer o pintinho, que, a partir do nascimento, em um dia, ele está na propriedade onde é alojado. No caso do ovo, ele é preparado, sai daqui e vai para países como México, no Senegal, no Paraguai, na Venezuela, enfim, tantos outros locais e, ao chegar, vai ser incubado. Nossa logística é bem complexa”, explica.
O diretor falou também sobre os ovos que geram galinhas para produção de ovos comerciais. “A Pluma comprou, no Brasil, uma empresa, que batizamos de PlumaGen, que produz a genética da galinha que põe o ovo comercial. Traduzindo um pouco nós produzimos o pintinho que entregamos para o produtor que produz ovo. Ele vai engordar aquela galinha, criar a galinha para fazer o ovo comercial que vai para o supermercado. Nós não produzimos o ovo do supermercado, nós produzimos a galinha que faz o ovo. Temos grandes clientes em nível nacional, afinal de contas, 33% do mercado desse ovo comercial é nosso no Brasil. A galinha que coloca o ovo comercial, assim como a matriz que põe o ovo que vai fazer o pintinho do abate, são galinhas específicas, de genética específica que tem toda uma preparação para poder fazer a engorda de forma mais rápida e técnica. Não existe hormônio, existe genética. Exatamente por isso a diferença da galinha que temos no quintal para essa que a gente produz para poder colocar um produto de extrema qualidade no mercado e com total segurança alimentar”, completa.
Ele exaltou a vanguarda do Brasil no segmento de aves. “Eu acho que temos algumas coisas em nível de Brasil que podemos melhorar e copiar dos Americanos, por exemplo, mas como estamos falando de segurança alimentar, de biossegurança, de biosseguridade, biotecnologia, de alimentos, aí sim, somos copiados, somos exemplo para o mundo. O Brasil, em si, com toda a questão interna de segurança alimentar, é um exemplo para todo o mundo em relação a forma de produzir. Nem um outro país do mundo consegue se livrar de questões sanitárias que trazem malefícios tão rápido quanto o Brasil. Somos, então, copiados pelo mundo todo o que é um grande orgulho para nós”, disse.
O grupo
Luciano falou sobre alguns números do Grupo Pluma. “Hoje somos 19 empresas operacionais, 20 holdings, 160 filiais espalhadas pelo Brasil e pelo mundo. Somos responsáveis por 10% de toda a produção de ovos e pintos do mercado nacional. Só para se ter uma ideia, temos cerca de 1 bilhão de ovos férteis produzidos por ano, um número bonito de falar, mas se dividirmos, são cerca de 3 milhões de ovos por dia. São 420 milhões de pintinhos por ano, isso dá 35 milhões de pintos por mês. Quando falamos em exportação, são 90 milhões de ovos férteis sendo exportados, além dos 277 milhões de ovos férteis no mercado interno. Só para o Butantan, em 2024, foram mais de 26 milhões de ovos embrionados para fazer a vacina conta a Influenza. Produzimos tudo isso, mas o grupo quis diversificar e, com isso, chegamos até o peixe. Temos um frigorífico no Pará que trabalha com peixe de extrativismo para o mercado externo e outro, em Dourados (MS), que produz tilápia o mercado interno. Estamos aprendendo bastante com o peixe”, relatou.
A empresa, inclusive, nasceu numa pescaria entre amigos. “O nosso presidente, os vice-presidentes contam essa história. O Seu Lauri, o Seu Adriano, o Adroaldo, o Mazurek trabalhavam na avicultura, eram funcionários de grandes empresas do mercado, tinham um know-how extenso e, numa pescaria, resolveram que iam fazer o próprio negócio. Fizeram a primeira granja, ela tinha um alojamento e não veio com capital próprio porque eles não tinham, veio com a credibilidade que eles tinham das cooperativas que acreditaram nas pessoas e adiantaram o valor para pagar essa produção. A Pluma são 15 mil pessoas, temos um time que trabalha em todo o Brasil e fora do país e eu quero enaltecer essas pessoas porque uma empresa se faz de pessoas. Se fecharmos as portas de qualquer estrutura, apagarmos as luzes, o que sobra lá dentro são paredes e máquinas e elas não fazem nada sozinhas. Então, o que faz a magia acontecer são as pessoas e elas precisam ser enaltecidas”, conclui.
Fonte: Portal Educadora