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Taxação da carne bovina preocupa pecuaristas em Dois Vizinhos

Taxação da carne bovina preocupa pecuaristas em Dois Vizinhos

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  • 01 de Agosto de 2025
  • Foto: Portal Educadora

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O presidente da Sociedade Rural Vale do Iguaçu (SRVI), Nilton de Almeida, o Tega, participou do Educadora News desta sexta-feira, 1º de agosto, para falar sobre a taxação imposta a carne bovina brasileira nos Estados Unidos. Atualmente, a carne paga uma taxa de 36,4% - era 26,4% e foi sobretaxada em 10% em maio de 2025. Agora, em agosto, foram impostas tarifas adicionais de 50% em diversos produtos, incluindo a carne, com isso, a tarifa total estimada para a carne em terras norte-americanas chegando a 76%. Isso deve mexer com o mercado local. “Essa taxação que deve entrar em vigor a partir do próximo dia 6 de agosto preocupa muito os produtores. Acompanhamos os levantamentos e discussões dos especialistas que preveem que, num primeiro momento, a carne deve baixar e isso vai afetar quem está no campo. Para se ter ideia, hoje, os EUA, são o segundo maior consumidor de carne brasileira, absorvendo cerca de 12% da produção e essa taxação vai influenciar muito esse mercado. A expectativa, no entanto, é que em pouco tempo, os preços voltem a subir porque, num passado não muito distante, os produtores acabaram abatendo matrizes e hoje ainda sentimos falta de matrizes no mercado, por isso, o produtor, agora com a situação do preço variando, acaba separando mais matrizes para elevar o número de produtoras e apartando menos animais para ir para o abate. Por isso, até o fim do ano, preço da carne no mercado brasileiro deve voltar a subir”, explicou.

Ele lamentou a guerra econômica. “Vamos pensar assim: se você tem um problema com seu segundo maior cliente, isso afeta todo o mercado. A visão do produtor rural, de carne, é que essa polarização, essa briga entre esquerda e direita, envolvimento dos polos políticos, está trazendo dificuldades pra o setor produtivo e isso é ruim para todos. Ao meu ver, o governo brasileiro não está sabendo lidar com a situação. O governo não poderia deixar isso acontecer porque afeta o produtor, os setores produtivos e vai chegar na mesa do brasileiro”, criticou.

Para onde vai essa carne?

Tega acredita que o produto que iria ser exportado acabe ficando no Brasil. “Não indo para os EUA, a ideia e que circule aqui, porém, o produtor também vai deixar de apartar os bois, as fêmeas que no passado eram abatidas, serão selecionadas para se tornar produtoras de animais e essa diferença também vai impactar o mercado brasileiro. Vale lembrar que cada plataforma produtora tem um segmento e um destino. Para exemplificar, podemos pensar no nosso abatedouro  de aves da BRF em Dois Vizinhos que tem um mercado totalmente segmentado para o Oriente Médio e assim são os grandes frigoríficos do Brasil que tem seu espaço, segmento, abertura de mercado, seja europeu, asiático ou EUA e não é fácil deixar de vender para os EUA hoje e mandar para a China amanhã porque toda logística é diferente, abate diferente e até a produção, lá no campo, em alguns casos, é diferente”, conclui.

Fonte: Portal Educadora