Geral

Saiba mais sobre o plano para combater as plantas aquáticas no Rio Jaracatiá

Desde fevereiro, se intensificou os estudos para entender qual a melhor forma de retirada e destinação das plantas após a retirada.

Image
  • 13 de Agosto de 2025
  • Foto: Jônatas Araújo/JdeB

  • 689

A proliferação de plantas aquáticas no Rio Jaracatiá e Lago de Salto Caxias segue em debate nas esferas municipais e estaduais. Desde fevereiro de 2025, quando as prefeituras de Boa Esperança do Iguaçu e Nova Prata do Iguaçu mostraram preocupação com o problema, um grupo de estudos composto por estes e outros municípios da bacia do Rio Jaracatiá - como Salto do Lontra, Enéas Marques e Nova Esperança do Sudoeste - além do Consórcio ProCaxias que é presidido pelo prefeito Carlinhos Turatto, de Dois Vizinhos, juntamente com a UTFPR de Dois Vizinhos, Instituto Guardiões dos Rios, Instituto Água e Terra, IDR-Paraná e Copel, intensificou as conversas para definir soluções. As reuniões aconteceram em Boa Esperança do Iguaçu, Dois Vizinhos e, por último, em Curitiba, quando no mês de julho de 2025, foi apresentado um plano de enfrentamento à proliferação das plantas aquáticas para o Instituto Água e Terra (IAT) e a secretaria estadual de Turismo. Esse plano conta com ações de curto, médio e longo prazo e depende apenas da aprovação e destinação de recursos por parte do Governo do Estado e da Copel.

O prefeito Carlinhos Turatto (PP), presidente da Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná (AMSOP), gravou um vídeo no local no final de semana pedindo providências ao Governo do Estado. “Estamos passando na ponte do Rio Jaracatiá e, lamentavelmente, se não tomarmos uma atitude urgente, estaremos matando todas as esperanças de biodiversidade, peixes e animais aqui nesse rio. Infelizmente, a marrequinha tomou conta e preciso do apoio de todos para salvar o Rio Jaracatiá, que foi inundado por essa praga. Contamos urgentemente com decisões para amenizar e resolver esse problema de uma vez por todas”, disse Carlinhos.

Entenda

O Rio Jaracatiá percorre seis municípios e, durante seu curso ela passa por zonas urbanas, bem como na sua bacia é observada grande atividade agropecuária, com destaque para lavouras de culturas anuais, empreendimentos de criação intensiva de animais e também Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). Tudo isso aliado a características do rio, que tem um curso de água lento, gera altos teores de nutrientes na água, principalmente fósforo e nitrogênio, que permitiram, nos últimos cinco anos, a proliferação de plantas aquáticas. Nos últimos dois anos, no entanto, a situação piorou e cerca de 300 hectares de lâmina de água estão ocupadas pela Salvinia (popularmente conhecida como marrequinha) no Rio Jaracatiá e o no Lago de Salto Caxias.

A situação era tida como estável há cerca de nove meses e, nas últimas semanas, constatou-se novo aumento da área afetada, indicando um agravamento do problema. O atual momento, com a água encoberta por plantas, diminui a luminosidade e oxigênio na água e redução da produção pesqueira, dificuldade à navegação e à captação de água, comprometimento das atividades de lazer e diminuição dos valores imobiliários das residências das margens do Lago Salto Caxias, levando enormes prejuízos aos municípios lindeiros. Outra situação é que os criadores de tilápia no sistema de tanque rede no lago do Salto Caxias tem relatado mudanças na qualidade da água e aumento de mortandade de peixes, com indícios de contribuição da proliferação de macrófitas nesse processo.

O que fazer?

O plano de enfrentamento abrange ações de curto, médio e longo prazo. O primeiro passo é a retirada das plantas e sua correta destinação, que seria feito pelos municípios envolvidos e pelo IAT, sendo o processo acompanhado pela UTFPR que fará o dimensionamento técnico e econômico da retirada e processamento dos resíduos.

Em médio prazo, a expectativa é de retorno das plantas em virtude da condição favorável e, por isso, vai se buscar formas de conviver e amenizar o problema. Estudos serão feitos para compreender o comportamento da planta e os acadêmicos da instituição de ensino federal também vão buscar a caracterização geomorfológica e hidrográfica da bacia e identificação de fontes pontuais e difusas de nutrientes que podem gerar o problema na bacia. Aproximadamente 11 professores e 50 estudantes de graduação e pós-graduação estarão envolvidos diretamente na execução dessas ações nas mais diferentes áreas que vão desde a biologia, agronomia, engenharia de bioprocessos e biotecnologia, engenharia florestal, até a zootecnia e engenharia ambiental. Serão feitos também estudos visando compreender os efeitos da proliferação de macrófitas no Rio Jaracatiá e lago do Salto Caxias.

Em longo prazo, serão pensadas ações de conservação do solo e água, de educação ambiental dos estudantes em toda a bacia do Rio Jaracatiá e adequação de poluições urbanas visando sanar o problema.

Fonte: Portal Educadora