O professor Sérgio Kuhn apresentou, nesta terça-feira, 19, em reunião da diretoria da Associação Empresarial de Dois Vizinhos (ACEDV/CDL), pesquisa realizada no comércio local – com empresários e consumidores. O trabalho foi pensado pelo grupo Inova Comércio do Plano de Desenvolvimento Local Dois Vizinhos 2040 e contou com a colaboração dos alunos Giovanna Ayumi, Lara Barros e Leonardo Brizola da UTFPR-DV e aponta um panorama dos estabelecimentos comerciais em diversos segmentos. “Foi um trabalho bem minucioso. Deixamos a possibilidade de resposta no questionário impresso ou on-line e isso nos possibilitou entender as situações ruins e boas do nosso comércio. Já da ótica do consumidor, conseguimos analisar como eles veem as nossas empresas”, disse o professor.

Foram entrevistados 67 empresários com idade entre 31 e 60 anos e administram negócios que fazem parte do Simples Nacional com faturamento mensal de até R$ 100 mil (59% das empresas) e compõem mais de 20 segmentos (confecções, calçados, agronegócio, entre outros). Todas as empresas acabam tendo fornecedores de fora de Dois Vizinhos, são do varejo (72%) e não participam de licitações (55%). As formas de prospecções de clientes são as mais variadas, com grande utilização das mídias digitais. O canal de venda mais utilizado é a loja física (37%), mas 26% dos pesquisados utiliza o WhatsApp e 19% outras redes sociais (Facebook e Instagram). Para 34% dos empresários, o momento econômico do Brasil está prejudicando as vendas, sendo que 32% apontam problemas com a concorrência de lojas on-line. Entre as formas de pagamento, a maioria relata que recebe no PIX (25%), cartões (24%) e dinheiro em espécie (21%).

Os empresários apontaram dificuldade de comprometimento e engajamento da mão de obra (38%) e dificuldades na qualificação de profissionais (33%). O maior impacto nas contas das empresas, de acordo com os empreendedores, provém das obrigações tributárias (17%), com mão de obra e encargos (12%) e alugueis (11%). A boa notícia é que 40% dos empresários planeja expansão dos seus negócios e 65% não pretendem mudar de segmento. “Como sugestão, a gente destaca a organização de eventos e feiras em parceria com as empresas locais, criação de um selo comercial para os associados da ACEDV/CDL, campanhas de valorização do comércio local, entre outras ações que podem melhorar a relação do público com o empreendedor”, disse o professor.

O que pensam os clientes?

Entre os consumidores, foram coletadas 138 respostas. Eles apontaram que os produtos que mais compram em lojas físicas são alimentos e supermercado (47%), farmácia (17%) e roupas (9%). Quando optam pelo comércio local/físico, as compras se dão pela facilidade de ver, provar e levar o produto para casa imediatamente. Entre os pesquisados, 25% apontaram que já tiveram problemas de atendimento enquanto outros 19% não encontraram o produto desejado. As sugestões dos clientes para melhorar o comércio são voltadas para o atendimento (36%) e preços melhores (22%), além da maior variedade (14%) e melhores horários de atendimento (11%).

Quanto a compras on-line, 21% dos consumidores apontaram que compram itens de vestuário, 13% eletroeletrônicos, 11% calçados em geral, 10% compram tênis e 9% eletrodomésticos no último ano. Entre os produtos que não conseguem encontrar no município, 18% dos consumidores apontaram dificuldades em cosméticos e 10% em roupas. “Entre as sugestões dos consumidores estão melhorias no estacionamento, que fazem desistir de entrar em lojas, o atendimento e maior variedade de produtos e marcas. Também as empresas daqui podem criar um sistema hibrido de e-commerce e loja física que pode ajudar a ter mais vendas”, ressaltou o professor.

Pós-doutorado

O professor Sérgio Kuhn pediu afastamento da diretoria da ACEDV/CDL e vai passar a se dedicar ao seu pós-doutorado pelo período de dois anos. Ele recebeu uma homenagem do presidente Saulo Matos.

Fonte: Assessoria