Dom José salientou que a Igreja não tomará posição partidária e que os padres que participarem das disputas terão que deixar o ministério.
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As Eleições 2012 também foi tema de discussões durante a 50ª Assembleia Geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Aparecida-SP, no mês de abril. Na opinião do episcopado, as eleições têm uma característica própria em relação às demais por colocar em disputa os projetos que discutem sobre os problemas mais próximos do povo: educação, saúde, segurança, trabalho, transporte, moradia, ecologia, lazer.
Trata-se de um processo com maior participação da população porque os candidatos são mais visíveis no cotidiano da vida dos eleitores.
Após sua participação da Assembleia da CNBB, o Bispo da Diocese de Palmas/Franscisco Beltrão, Dom José Antônio Peruzzo, abordou o assunto.
Conforme ele, a Igreja, que em outros tempos da histórica política brasileira lutou contra palavras e ações tiranizadoras, agora volta suas preocupações em relações às posturas éticas e de transparência.
"Infelizmente no nosso país, e aqui no sudoeste é fácil constatar, há disputas pelo poder e não pela confiança do povo. Dom José manifestou preocupação com os contornos de conflito, inclusive pessoais, que podem marcar o processo eleitoral na região. "Como serão cálidas, como serão agitadas, já se antevê", alertou o Bispo Diocesano.
Chamou atenção também para partidos e grupos que buscam compor seus quadros com a participação de padres, até mesmo como candidatos.
Dom José salientou que a Igreja não tomará posição partidária e que os padres que participarem das disputas terão que deixar o ministério.
"Esses padres serão afastados de seu ministério, evidentemente. Depois vamos ver se esses partidos vão dar retaguarda ao sacerdócio destes. Nem percebem que há partidos que querem usá-los", falou o Bispo.
Em outro aspecto, Dom José informou que a partir de agosto estará sendo distribuída por todo o sudoeste uma Cartilha, que está em fase de elaboração, que pretende oferecer critérios de análise e de avaliação dos candidatos aos eleitores, tendo em vista a decisão do voto. "Será uma orientação aos interessados, uma palavra oficial da Igreja sobre as eleições", disse ele.