Segundo levantamento do Deral, o Departamento de Economia Rural o produtor paranaense está plantando 785 mil hectares com trigo.
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O ministro da Agricultura e do Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, anunciou a liberação de 3 bilhões de reais para o financiamento de custeio e comercialização das culturas de inverno e o reajuste de 5% no preço mínimo do trigo, que estava há dois anos sem alteração.
Ele participou ontem de encontro com lideranças do agronegócio paranaenses, em Curitiba. Serão liberados 430 milhões de reais para a comercialização da safra deste ano, que irão subsidiar a compra de trigo em leilões, a partir do próximo dia 15, no Paraná, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
Para o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, as medidas anunciadas podem ajudar o agricultor a vender melhor o produto e garantir mais renda no segundo semestre.
Ele explicou que a área de trigo plantada no Paraná, este ano é a menor desde 1975.
Segundo levantamento do Deral, o Departamento de Economia Rural o produtor paranaense está plantando 785 mil hectares com trigo. Em 1989, foram cultivados 1 milhão e 800 mil hectares.
O secretário afirmou que a redução drástica foi causada pelo desestímulo ao produtor, que enfrenta sérios problemas de liquidez no período da comercialização e não consegue vender a safra por causa da concorrência do produto argentino.
O secretário avaliou que, para o Paraná, a redução na área plantada coloca em risco a política de apoio ao setor nos últimos 25 anos, período em que foram feitos investimentos em pesquisa tecnológica, em novas variedades de produção mais adaptadas ao clima e ao solo paranaenses.
Norberto destacou que é uma grande opção ao agricultor no período do inverno. O produtor tem uma alternativa para sair do binômio soja e milho e evitar o esgotamento do solo.
Durante o encontro as principais lideranças do agronegócio paranaense apresentaram reivindicações ao ministro da Agricultura, como a necessidade de reduzir os juros dos financiamentos agrícolas para custeio e o fortalecimento do seguro rural.
Também apresentaram as preocupações com o elevado custo de produção das principais culturas, em função do encarecimento de insumos e defensivos agrícolas e das dificuldades de logística, que reduzem a participação do produtor rural no preço final dos produtos.