Considerando somente as culturas de soja, milho e feijão, deixaram de circular na microrregião composto por (27 municípios) aproximadamente R$ 391 milhões.
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O Deral (Departamento de Economia Rural), da Seab de Francisco Beltrão, já fez o balanço dos prejuízos da safra deste ano. Considerando somente as culturas de soja, milho e feijão, deixaram de circular na microrregião composto por (27 municípios) aproximadamente R$ 391 milhões.
Somando-se mais cerca de R$ 320 milhões dos 15 municípios da região de Pato Branco, o total ultrapassa os R$ 700 milhões, nos 42 municípios do Sudoeste.
O técnico Ivano Carniel, do Deral, alerta que esses números (ainda não são oficiais, mas que não devem ter grandes alterações) e se referem somente a expectativa de colheita para este ano.
Se a atual safra for comparada à do ano passado, os prejuízos, ou os valores que deixam de circular na região, são muito maiores. Basta citar que a produção de milho, nesta safra, teve quebra em 22%. Mas a produção do ano passado foi 42% superior à estimativa deste ano. Ou seja, na região de Pato Branco, a produção do ano passado (941 mil toneladas de milho) comparada à deste ano (513 mil toneladas) foi 46% menor.
“Um valor substancial, que alavanca toda a economia regional”, comenta Ricardo Kaspreski, engenheiro agrônomo do Deral de Francisco Beltrão.
Segundo Ricardo, a produção de leite regional teve pequena redução e a maioria dos produtores faz uso da silagem para os animais.
Outro fator é que a irrigação de pastagens também está crescendo bastante. E Carniel comenta que “certificar o volume perdido em leite é difícil, porque a maioria dos produtores faz silagem prevendo exatamente isso (estiagem), mas é certo que a produção caiu”.
“A estiagem acontece após duas grandes safras, em que os agricultores obtiveram ótimos rendimentos, e muitos fizeram investimentos, comprando máquinas e equipamentos. A maioria já tinha grandes parcelas que vencem neste ano”, complementa Ricardo. Conforme a análise do engenheiro agrônomo, quem não puder saldar as parcelas terá que renegociar, alterando os prazos e valores. “Pode-se dizer que os efeitos da estiagem se estendem em função do prolongamento das dívidas.”
Um ponto a considerar é que a estiagem atingiu todo o Sul do Brasil e países vizinhos. São regiões importantes na produção de soja. “Isso tudo aliado à grande importação de soja em grãos pela indústria moageira da China. O preço da soja subiu compensando em partes a redução das perdas”, acrescenta Ricardo.