Depois de 10 anos, Paraná retoma cirurgias reparadoras da hanseníase.

As cirurgias marcam também a entrada em operação do centro cirúrgico da instituição, que foi inaugurado em 2008, mas não funcionava por falta de estrutura.

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  • 29 de Maio de 2012
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O governo do Paraná retomou, neste mês, as cirurgias reparadoras em pacientes com sequelas da hanseníase, que não eram feitas no Estado há 10 anos. Uma cirurgia já foi realizada, 20 estão agendadas e 147 pacientes candidatos a cirurgias estão sendo avaliados por equipes multidisciplinares no Centro Hospitalar de Reabilitação Ana Carolina Moura Xavier, em Curitiba.

As cirurgias marcam também a entrada em operação do centro cirúrgico da instituição, que foi inaugurado em 2008, mas não funcionava por falta de estrutura.

De acordo com o secretário de Estado da Saúde, Michele Caputo Neto, o Paraná começa a saldar a dívida que tem com as pessoas com hanseníase com a retomada das cirurgias, mas ainda é preciso evitar que elas adoeçam e cheguem a desenvolver seqüelas.

O centro Hospitalar de Reabilitação agendou outras 20 cirurgias para a correção de sequelas da hanseníase e vai ampliar a oferta de acordo com a indicação do atendimento global dos pacientes.

Desde que foi inaugurado, em 2008, o hospital não fazia cirurgias por problemas estruturais do centro cirúrgico, o que foi resolvido neste ano.

Para Rosa Castália Soares, que coordena o Programa Nacional de Controle da Hanseníase e doenças em Eliminação do Ministério da Saúde, o trabalho desenvolvido no Paraná tem avançado de maneira muito positiva.

A hanseníase é uma doença infecto-contagiosa que se manifesta principalmente na pele, com manchas esbranquiçadas e avermelhadas, dormência, caroços pelo corpo e bolhas nas mãos e braços. A doença também atinge os nervos periféricos, podendo causar deformidades nas mãos e pés. Uma vez iniciado o tratamento, o paciente não transmite mais a hanseníase.

O tratamento, que tem duração de seis meses ou um ano, é à base de medicamentos e está disponível no Sistema Único de Saúde. A atriz Sandra Barsotti, voluntária do Morhan, o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas por Hanseníase, ressaltou a importância do afeto e do acolhimento das pessoas.

Os candidatos a cirurgias reparadoras de sequelas da hanseníase são atendidos por equipes multidisciplinares que envolvem médicos, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros e assistentes sociais. A partir do próximo sábado, dia dois, o Estado vai fazer o recadastramento dos Pensionistas da Hanseníase do Paraná.

A pensão está prevista em uma lei estadual, que concede um benefício mensal no valor de um salário mínimo ao trabalhador que, por conta das lesões físicas ou defeitos causados pela hanseníase, está incapacitado de trabalhar. Em caso de morte, o benefício é transferido para as viúvas ou para os filhos menores ou incapazes dos portadores. Mais informações sobre o recadastramento podem ser obtidas no site da Secretaria Estadual da Saúde.