Os 12 afetados pela medida judicial foram acusados na véspera por vários crimes, entre eles homicídio doloso, tentativa de homicídio, lesão grave, associação criminosa, coação e coação grave.
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Um juiz paraguaio decretou ontem a prisão de 12 trabalhadores sem-terras e condenou outros 46 à revelia, após o confronto a tiros com policiais que causou a morte de pelo menos 17 pessoas na sexta-feira no nordeste do país.
O juiz José Benítez ditou essas resoluções no marco das investigações do choque armado que aconteceu durante uma operação de despejo de uma fazenda na colônia Ybyrá Pytá, a 380 quilômetros ao nordeste de Assunção.
Os 12 afetados pela medida judicial foram acusados na véspera por vários crimes, entre eles homicídio doloso, tentativa de homicídio, lesão grave, associação criminosa, coação e coação grave.
O magistrado também condenou à revelia outros 46 sem-terras que teriam participado desse incidente que terminou com a morte de seis policiais e de pelo menos 11 trabalhadores rurais nessa colônia, no departamento de Canindeyú, na fronteira com o estado do Paraná.
O conflito provocou a cassação do ministro do Interior, Carlos Filizzola, e do comandante da polícia, Paulino Rojas, cujos substitutos, Rubén Candia Amarilla e Arnaldo Sanabria, respectivamente, juraram seus cargos no sábado perante o presidente paraguaio, Fernando Lugo.
O Executivo autorizou na sexta-feira o envio de tropas militares à área de conflito para reforçar as tarefas da polícia.
Os desalojamentos e ocupações de terras são constantes no país, embora esta seja a primeira vez que se registra um fato dessa magnitude.
Os grupos de "sem-terras" acusam o Estado de ter cedido ilegalmente terrenos a latifundiários e produtores agrícolas, principalmente durante a ditadura do general Alfredo Stroessner (1954-1989).