Sem atuar há oito dias, mineradoras de areia temem por demissão em massa.

A alegação da Justiça é de que a extração da areia estaria trazendo danos ambientais ao parque que forma o complexo de Ilha Grande.

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  • 12 de Julho de 2012
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Mineradores e empresas da cadeia da construção civil do Oeste, Sudoeste e Noroeste do Paraná contam as horas para ter acesso à decisão final do 4º Tribunal Regional Federal, de Porto Alegre, sobre um pedido de reconsideração do despacho que proibiu a extração de areia no rio Paraná na região de Guaíra.

A sentença proibindo a retirada do material foi dada há oito dias e atende a uma solicitação do procurador da República de Umuarama, Robson Martins.

A alegação da Justiça é de que a extração da areia estaria trazendo danos ambientais ao parque que forma o complexo de Ilha Grande.

Sem poder trabalhar, cinco mineradoras da região de Guaíra e de Terra Roxa enfrentam os seus piores dias.

“Essa é uma crise séria que, caso não seja resolvida a partir do bom-senso e logo, vai desarticular um setor que tem trabalhado para se estruturar nos últimos 40 anos”, informa Diocler Dagostini, que pertence a uma das tradicionais famílias de mineradores de Guaíra.

Duas mineradoras de Guaíra e três de Terra Roxa dão ocupação e renda a 200 trabalhadores.

Os reflexos da falta de areia começaram a ser sentidos em Guaíra e cidades vizinhas.

“Grandes obras já foram paralisadas e algumas empreiteiras e lojas de materiais de construção também falam em demissão”, segundo o presidente do Sinduscon/Oeste, o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Oeste do Paraná, José Luiz Parzianello.

Noventa e cinco por cento da areia extraída em Guaíra e Terra Roxa atendem o Paraná, basicamente Oeste e Sudoeste, os mais afetados pela decisão judicial até agora.

Juntas, as mineradoras extraem, em média, 100 mil metros cúbicos de areia por mês.