O PIB deve crescer entre 1,5% e 2%, contra uma previsão, no inicio do ano de 4,5%.
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A cinco meses do fim do ano, a tão esperada recuperação da economia no segundo semestre parece cada vez mais difícil. A indústria não consegue retomar o ritmo de investimentos, o comércio dá sinais de perda de fôlego, o consumidor está mais cauteloso na hora de comprar e as exportações, embora favorecidas pelo dólar mais caro, ainda precisam driblar a desaceleração da demanda internacional. Estimativas do mercado dão conta de que o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer entre 1,5% e 2% – contra uma previsão, no início do ano, de 4,5%. A sensação geral para indústria, comércio e consumidores é de que a economia de 2012 está entregando menos que prometeu.
A taxa de desemprego continua baixa, a renda continua a crescer, ainda que em ritmo menor, mas a economia não deslanchou, influenciada pela crise internacional e por condições internas, como o endividamento das famílias e a falta de investimentos públicos e privados.
Os analistas de mercado apontam para um crescimento da economia da ordem de 1,9%, contra os 2,7% registrado no ano passado. Sem contar com a queda de 0,33% em 2009, essa seria a pior taxa desde 2003, quando a economia cresceu 1,15%. E pela primeira vez a economia brasileira terá baixo crescimento aliado a baixa taxa de desemprego, de juros e inflação controlada.
Depois de andar de lado no primeiro semestre, a expectativa era de que uma arrancada na segunda metade do ano pudesse pelo menos fazer o país repetir o crescimento de 2011. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou a se irritar, em junho, com a previsão do banco Credit Suisse de um avanço de 1,5% para 2012 e atribuiu a análise ao fato de a instituição ser europeia. Mas a indústria e o comércio vêm revisando para baixo suas estimativas para esse ano.