previsão de medalhas do COB para a Olimpíada do Rio é de 30 medalhas, o dobro do conquistado em Pequim/2008 e do calculado para Londres/2012.
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Com R$ 100 milhões a mais repassado pela Lei Piva no ciclo olímpico de Londres em relação a Pequim, o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) anunciou ontem que a delegação brasileira conseguiu atingir a meta de medalhas nestes Jogos. O Brasil conquistou 17 medalhas na competição. Na China, o Brasil ficou com 15 medalhas. O COB não faz distinção entre ouro, prata e bronze em seu cálculo.
Londres já passou. Agora o mundo vai olhar para o Rio, que, pela primeira vez na história, vai receber os Jogos Olímpicos. Experiência única e um imenso desafio ao Brasil. O País vai ser cobrado para entregar uma Olimpíada, se não maior, pelo menos da grandeza que os britânicos apresentaram nas duas últimas semanas.
Os números já projetados pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para os Jogos do Rio são estrondosos. A previsão da venda dos direitos de transmissão da televisão alcança US$ 4 bilhões. Receitas com o marketing seriam de US$ 1 bilhão. E o COI espera arrecadar cerca de R$ 10 bilhões em contratos com multinacionais e redes de televisão.
Os custos também são elevados. Previsão feita pelo COB em 2009, e que certamente será revista para cima, indica que o Brasil vai gastar R$ 5,6 bilhões em operações e mais R$ 23 bilhões nas obras de infraestrutura. Todo esse investimento deve vir dos governos federal, estadual, municipal e dos patrocinadores.
O Rio sofrerá grandes transformações nas suas principais regiões e a população espera o legado dos Jogos. Enquanto a cidade se reinventa para receber o mundo, os atletas entram no ciclo olímpico na corrida pelo ouro. Muitos dos jovens que encantaram o mundo em Londres certamente vão ser destaques nas piscinas, pistas, ginásios e campos da cidade maravilhosa. Veteranos de alto quilate também prometem se despedir em 2016.
Brasil — A previsão de medalhas do COB para a Olimpíada do Rio é de 30 medalhas, o dobro do conquistado em Pequim/2008 e do calculado para Londres/2012. Para isso, a entidade aposta que metade dos pódios será obtido por esportes tradicionais do País: vela, judô, atletismo, basquete, vôlei, futebol. O restante viria com investimento pesado em esportes com potencial para um grande número de conquistas.
O carro-chefe do Brasil daqui a quatro anos será o judô. "Nosso objetivo é sermos a maior potência do mundo no Rio", disse Ney Wilson, diretor técnico da equipe brasileira. "Vamos lutar para termos condições de brigar pelas 14 medalhas em jogo", disse, otimista, o dirigente, que em Londres festejou a maior participação da modalidade em Jogos Olímpicos, com uma medalha de ouro e três de bronze.
Para alcançar esse objetivo ambicioso, o judô brasileiro aposta na equipe, que segundo os técnicos Luis Shinohara e Rosicleia Campos, é jovem e experiente. Sarah Menezes, Felipe Kitadai, Mayra Aguiar e Rafael Silva, medalhistas neste ano, são as esperanças para o Rio.
A natação feminina terá um plano de urgência colocado em prática a partir já desta semana, segundo a Confederação Brasileira de Deportes Aquáticos (CBDA). Uma equipe com jovens talentos vai se reunir para treinos específicos e participação em competições internacionais, para tentar melhorar a competitividade do País na modalidade - que não chegou nem perto de medalhas em Londres.
O atletismo também terá investimento pesado para que um time forte possa competir nas provas que serão disputadas em 2016. Atletas importantes como Maurren Maggi e Fabiana Murer deverão ser substituídas por novas promessas.
Coletividade — Os esportes coletivos (basquete, vôlei, futebol) terão atenção especial, pois serão responsáveis por atrair grande interesse do público. Outras modalidades menos tradicionais serão fortemente incentivadas pelo COB, pelo fato de distribuírem muitas medalhas.
O boxe é uma delas. Depois de quebrar o jejum de 44 anos sem pódio em Londres, a nobre arte planeja partir para cima dos rivais em casa. "Vamos ter um caminho semelhante ao do judô", garante o técnico João Carlos, há 16 anos no comando da seleção brasileira. "Em Londres, tínhamos potencial para seis pódios. No Rio, vamos brigar por medalhas nas 13 categorias (dez no masculino e três no feminino)."
No handebol, a honrosa participação do time feminino, perdendo nas quartas de final para a Noruega, campeã mundial e olímpica, dá crédito para uma grande participação em 2016. O time masculino também ganhará incentivo maior nos próximos quatro anos.
O tae kwon do, com suas oito categorias (quatro no masculino e quatro no feminino) em jogo, é outro candidato a receber uma atenção especial do COB. Assim como as competições de remo e da canoagem.
Fonte: bemparana.com.br