Aulas suspensas, formaturas adiadas e calendário prejudicado são alguns dos efeitos mais visíveis.
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A paralisação dos professores das universidades federais completa três meses amanhã, com prejuízos para a comunidade acadêmica. Aulas suspensas, formaturas adiadas e calendário prejudicado são alguns dos efeitos mais visíveis, mas o maior problema é que, segundo lideranças dos docentes, a manifestação não deve acabar tão cedo. “A greve está se intensificando e, enquanto não houver diálogo com o governo, não vai ter fim”, diz a presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), Marinalva Oliveira.
Segundo ela, os sindicatos até admitem a possibilidade de flexibilizar as propostas para chegar a um acordo com o governo e acabar com a greve. Porém, isso dependeria de uma retomada das negociações, encerradas no começo do mês pelo governo, que já sinalizou não estar disposto a reabri-las. “Nosso objetivo é chegar a um consenso razoável porque esta situação não agrada a nenhuma das partes. A greve só se estendeu por essa resistência do governo para negociar. As propostas, quando apresentadas, tinham termos inaceitáveis.” Duas ofertas feitas pelo governo no mês passado foram rejeitadas pela categoria.
Segundo o presidente da Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (APUFPR-SSind), Luís Allan Künzle, nem mesmo os sindicatos imaginavam que a greve duraria tanto. “A reclamação era antiga, mas nada era feito. Acertamos na pauta da greve, ao priorizar a insatisfação com a carreira e as condições de trabalho dos professores, que se sentem incomodados com a falta de perspectivas da carreira, a infraestrutura das universidades, a carga pesada de aulas, a remuneração aquém do ideal e o pouco incentivo à pesquisa.”