A Diplomata recebeu autorização da Justiça para iniciar o processo de recuperação judicial.
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A Diplomata recebeu autorização da Justiça para iniciar o processo de recuperação judicial. A liminar, que deferiu o pedido de tutela antecipada, foi expedida pelo juiz Carlos Eduardo Stella Alves, da 1ª Vara Cível de Cascavel. Agora, a empresa terá benefícios enquanto tenta saldar sua dívida, que é estimada em R$ 400 milhões.
A empresa alega que o setor avícola atravessa dificuldades no país em razão do alto valor de commodities como o milho e a soja, que representam mais de 70% da composição da ração para os frangos.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias da Alimentação, Leonete dos Santos, afirma que os salários dos funcionários do frigorífico que estava atrasado foi regularizado durante o mês, mas o tiket alimentação, no valor de R$ 110, permanecia em atraso até a última sexta-feira, dia 24. Ela diz que o sindicato tem dialogado com a direção da empresa e por enquanto não há informações sobre a demissão de empregados.
A Diplomata gera cerca de 1.300 postos de trabalho na unidade industrial de Capanema. "A direção garante que serão feitos todos os esforços possíveis para que a indústria de Capanema seja mantida", comenta Leonete.
Em todas as unidades, o frigorífico emprega aproximadamente 5 mil trabalhadores. As unidades de Londrina e Mandirituba foram temporariamente fechadas, ocasionando demissões, porém Capanema e Xaxim (SC), continuam realizando abate, mas com produção reduzida.
O Ministério Público do Trabalho ajuizou ação pedindo o afastamento dos atuais administradores da empresa e a nomeação da Central das Cooperativas de Processamento Alimentar e Agricultura Familiar Solidária (Copasol) como administradora provisória.
A Copel e a Sanepar estão proibidas de suspender o fornecimento de serviços. Os bancos credores — 18 no total — também não poderão reter dinheiro das contas do frigorífico.
A Justiça decretou a suspensão, por 180 dias, dos efeitos de todos os protestos lavrados contra o grupo em virtude de créditos não honrados pela empresa.
O presidente da Associação de Avicultores de Planalto e Capanema, Dari Possato, salienta que a dívida que existe com os produtores, antes de iniciar o processo de recuperação judicial não foi quitada.
Depois que a justiça concedeu a liminar para a recuperação judicial a empresa está fazendo os pagamentos, embora com cheques pré-datados para 20 dias. Ele conta que existem pelo menos 440 produtores que alojaram de dois a três lotes de frangos e não receberam.
A dívida varia entre R$ 12 mil e 15 mil para cada família. "Muitas famílias não estão mais alojando os pintainhos, porque a dívida não foi paga." A ração, por exemplo, deixou de ser entregue há uma semana. "Os frangos estão sem comer há quatro dias, a ração tá atrasada. As aves não ganham peso e comem o que encontram na cama de aviário. É uma situação muito difícil."