A fraude foi denunciada pela série ?Diários Secretos? há dois anos. O Ministério Público (MP) estima que o esquema desviou R$ 200 milhões dos cofres públicos.
274
A Justiça condenou mais oito pessoas envolvidas no escândalo de desvio de dinheiro público da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Depois do ex-funcionário da Casa Daor Afonso Marins de Oliveira ser condenado, no início deste mês, a 15 anos de prisão, por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e desvio de R$ 1,4 milhão, agora também foram condenados a irmã, a esposa, os dois filhos e os três sobrinhos de Daor, além da esposa de um dos sobrinhos. Para a Justiça, eles ajudaram no desvio de dinheiro da Alep.
Os oito constaram na folha de pagamentos de Assembleia por anos, mas não trabalhavam na Casa. A fraude foi denunciada pela série ‘Diários Secretos’ há dois anos. O Ministério Público (MP) estima que o esquema desviou R$ 200 milhões dos cofres públicos.
Para que recebessem a verba como ‘funcionários fantasmas’, em cargos comissionados, todos os condenados emprestaram documentos para que Daor abrisse contas bancárias para o depósito de salários. Além disso, todos assinaram cheques em branco permitindo que Daor sacasse dinheiro das contas.
Os oito condenados vão cumprir penas que variam de um a seis anos de prisão. Entretanto, como eles colaboraram com a Justiça, a juíza Ângela Regina Ramina de Lucca determinou que eles prestem serviços à comunidade ao invés de irem à prisão.
As sentenças de outros quatro acusados do mesmo esquema - mais um ex-funcionário e os ex-diretores José Ary Nassif, Cláudio Marques da Silva e Abib Miguel - devem sair nas próximas semanas.
Além das ações criminais a Justiça analisa processos administrativos contra deputados e ex-deputados que estiveram no comando da Alep na época dos desvios de salários. Neste caso, o MP pede que eles sejam condenados a devolver para os cofres públicos o dinheiro desviado.