Com a expansão da soja, outras culturas, como o milho, arroz, feijão e algodão, vão perder espaço na safra que começa a ser plantada.
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O plantio de soja no Paraná vai ocupar na safra de verão 2012/13 a maior área já destinada à cultura no Estado. A soja deverá ocupar 80% da área plantada de grãos, segundo a primeira estimativa de safra, divulgada ontem, em Curitiba, pelo secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.
A produção de grãos de verão deverá ter aumento de 25% em relação à safra 2011/2012. Com a expansão da soja, outras culturas, como o milho, arroz, feijão e algodão, vão perder espaço na safra que começa a ser plantada.
As lavouras de grãos de verão vão ocupar uma área de cinco milhões e seiscentos e setenta hectares, praticamente a mesma da safra anterior.
Dessa área, quatro milhões e quinhentos e sessenta hectares deverão ser ocupados por plantios de soja, o que representa um avanço de 4% sobre a área ocupada na safra passada. As demais culturas dividirão o restante da área e terão redução no plantio.
A área de milho será 13% menor; a de feijão cairá 12% e de arroz, 4%. De acordo com o secretário, as perspectivas são de recuperação da produção, mas, tudo dependerá do clima. Segundo ele, o aumento na área plantada com soja está relacionado à rentabilidade e do menor risco climático da cultura.
A primeira estimativa aponta para uma produção total de grãos de verão de vinte e dois milhões e trezentas e oitenta toneladas, um acréscimo de quase quatro milhões e meio de toneladas em relação à safra passada, que foi de dezessete milhões e novecentas toneladas.
Embora a área plantada com soja seja a maior da história, as estimativas ainda não apontam para um recorde na produção do grão.
A previsão é que o Estado colha quatorze milhões e novecentas e noventa toneladas de soja, que é abaixo do recorde estadual, registrado na safra 2010/2011, quando foram colhidos no Paraná quinze milhões e trezentos e quarenta toneladas do grão.
As previsões climáticas indicam que no segundo semestre deste ano haverá o retorno da corrente “El Niño”, o que aponta para um final de inverno e início de primavera com chuvas regulares, e um pouco mais de chuva durante o verão.
Ortigara enfatizou ainda que se houver uma combinação de clima favorável com o uso adequado de tecnologia, a tendência é de se ter bons resultados.
Este ano, o preço médio da soja, impulsionado pela quebra da safra norte-americana, subiu cerca de 76%, em relação à média dos preços pagos ao produtor no ano passado.
Por conta dessa elevação, cerca de 20% das safras a serem plantadas já foram comercializados. Ortigara disse que os preços do milho também estão bons, o que foi determinante para evitar uma redução ainda maior na área plantada.