Paraná deve crescer o dobro do Brasil em 2012

O bom resultado, que vem sendo puxado pela indústria e pelo varejo principalmente, deve se acentuar no segundo semestre e fazer o estado fechar o ano com crescimento de 3%

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  • 10 de Setembro de 2012
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A economia do Paraná remou contra a maré no primeiro semestre e conseguiu crescer em meio ao fraco desempenho brasileiro. O bom resultado, que vem sendo puxado pela indústria e pelo varejo principalmente, deve se acentuar no segundo semestre e fazer o estado fechar o ano com crescimento de 3%, segundo projeção do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes), Se confirmado, o Paraná crescerá o dobro da média brasileira, que deve ficar entre 1,5% e 1,7%, segundo previsões de mercado.

No primeiro semestre, o Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná cresceu 2,6%, contra um avanço de apenas 0,6% no âmbito nacional. Segundo o presidente do Ipardes, Gilmar Mendes Lourenço, o desempenho no primeiro semestre só não foi melhor por conta de 20% de quebra na safra agrícola de verão, que fez o PIB da agropecuária encolher 10%. “Sem essa quebra, o PIB do Paraná no semestre teria crescido entre 3,5% e 4% no primeiro semestre”, afirma.

A indústria e os serviços, porém, têm resultados bem acima da média brasileira. Mesmo em desaceleração nos últimos dois meses, de janeiro a julho a produção industrial no estado cresceu 1,8% contra uma queda de 3,7% Brasil. As vendas do comércio varejista cresceram 13,5% no estado nos primeiros seis meses do ano, diante de um avanço de 9,1% no Brasil.

O mercado de trabalho também contribuiu para o resultado, com um ritmo de criação de vagas mais forte, especialmente na indústria, que tradicionalmente gera empregos mais qualificados e com melhores salários. “De janeiro a julho 13% das vagas geradas foram na indústria. No Paraná, essa proporção é de 26%”, diz Lourenço.

De acordo com ele, o estado também vivenciou uma desaceleração da atividade em relação ao fim de 2011, mas ela foi menor que no Brasil. “O Paraná obviamente não é uma ilha. Se a recessão no país tivesse perdurado mais, seríamos mais afetados”, diz Lourenço.

Para Alexandre Alves Porsse, professor do departamento de economia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a indústria do estado se beneficiou das políticas de incentivo adotadas pelo governo federal para driblar os efeitos da crise, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A quebra de safra, por sua vez, foi parcialmente compensada pelo aumento dos preços das commodities agrícolas, impactados também pela redução da oferta de grãos dos Estados Unidos.

 

Fonte: Gazeta do Povo.