Crise leva frigorífico Diplomata a parar abates.

Em nota oficial divulgada, a empresa declarou que está suspendendo temporariamente as atividades nos abatedouros que ainda se encontravam ativos, nas cidades de Capanema e Xaxim (SC).

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  • 22 de Novembro de 2012
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Depois de fazer um pedido de recuperação judicial, enfrentar a desconfiança de produtores e fornecedores e fechar diversas plantas produtivas, o Frigorífico Diplomata chega ao ápice de sua crise. Em nota oficial divulgada, a empresa declarou que está suspendendo temporariamente as atividades nos abatedouros que ainda se encontravam ativos, nas cidades de Capanema e Xaxim (SC).

O motivo é a falta de recursos para continuar as operações, devido ao surgimento de “obstáculos contínuos que impedem o seu adequado funcionamento”. A empresa pertence ao deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB).

“Estamos mobilizando a sociedade e vamos falar com o governo, temos que achar uma solução para salvar os empregos”, comentou o prefeito de Realeza, Eduardo Gaievski (PT). Ele já contatou o prefeito de Capanema, Milton Kefer (PMDB), e a prefeita eleita Lindamir Denardin (PSDB) para organizar “um mutirão” com a sociedade.

“Em Realeza são cerca de 80 empregos”, disse. O município tem um incubatório da Diplomata.

As dívidas de aproximadamente R$ 455 milhões levaram a companhia a um processo de recuperação judicial, no começo de agosto. Em outubro foi entregue o plano, que apontava alternativas para retirar o frigorífico do vermelho.

Paralelamente, avicultores reclamavam da falta de informações e do atraso em pagamentos de lotes e na entrega de rações. No entanto, o cenário que apontava para melhora com a entrega do plano se reverteu.

A nota diz que o alojamento está sendo interrompido. Já o abate permanece até que os 10 milhões de aves que ainda estão no campo sejam retirados. Depois disso, os cerca de 5 mil trabalhadores nas duas unidades receberão férias coletivas. No lado dos trabalhadores, a situação é considerada preocupante.

“Até agora foram feitas muitas promessas, mas nada foi feito”, relata Diego Ferraz, advogado do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes e Derivados de Xaxim (Sintrac).

Ele diz que o sindicato está tomando medidas legais para assegurar o pagamento dos funcionários em caso de demissão.

No lado dos avicultores, a articulação é na mesma direção. “Nesse momento, o risco de o trabalhador ficar sem receber é grande”, observa Alexandre Bergamin, coordenador da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul do Brasil (Fetraf-Sul/CUT).