Sul entrega ao Ministério da Saúde documento pedindo medidas contra gripe A.

O Paraná registrou 40 mortes, Santa Catarina 76 e o Rio Grande do Sul, 67.

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  • 23 de Novembro de 2012
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Os secretários da Saúde do Paraná, Michele Caputo Neto, e do Rio Grande do Sul, Ciro Simoni, entregaram ontem ao secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, o documento formal com as reivindicações dos três estados do Sul para o enfrentamento da gripe A no ano que vem.

O documento propõe a antecipação da vacinação para a primeira semana de abril de 2013, uma vez que as temperaturas na região caem antes mesmo do início do inverno. Juntos, os três estados registraram 183 mortes por gripe A, a H1N1, neste ano.

O Paraná registrou 40 mortes, Santa Catarina 76 e o Rio Grande do Sul, 67. De acordo com Michele, em virtude das condições climáticas e da incidência da doença, os estados do Sul estão pedindo um olhar diferenciado para esta questão em relação aos outros estados.

Os três estados reivindicam que o Ministério da Saúde envie já no início da campanha no mínimo a mesma quantidade de doses que receberam durante todo este ano. Neste ano, o Paraná recebeu 2 milhões e 700 mil doses. Para o ano que vem, o pedido foi de cerca de 3 milhões e 500 mil doses para atender também outros grupos prioritários. Já são atendidos crianças menores de dois anos, idosos, com mais de 60 anos, gestantes, população indígena, população prisional de penitenciárias e profissionais de saúde.

Com o aumento do número de vacinas, a intenção é aplicar o medicamento também em crianças com idade entre 2 e 5 anos, doentes crônicos cadastrados em programas de saúde, todos os profissionais de saúde, população que vive em asilos e orfanatos, cuidadores dessas pessoas e população prisional de delegacias.

Além da vacina, de acordo com Michele, os secretários sugerem uma campanha educativa nacional sobre a gripe.

Os estados também sugerem que o medicamento indicado para tratamento das síndromes gripais, o antiviral oseltamivir, o tamiflu, seja receitado para todos os pacientes com síndrome gripal, mesmo sem o diagnóstico laboratorial.

O documento solicita ainda que o Ministério da Saúde forneça o antiviral em quantidade suficiente para atender todos os casos suspeitos de gripe, inclusive em apresentações pediátricas.

A intenção é disponibilizar o medicamento em unidades públicas e privadas estratégicas para que a população tenha acesso a ele 24 horas por dia. O secretário Michele afirmou que todo o esforço está sendo feito para que o enfrentamento à gripe seja ainda mais forte do que no ano passado.

No período de inverno, o número de consultas e internamentos por síndromes respiratórias aumenta. A maioria dos casos graves necessita de internamento em leito de isolamento em Unidade de Terapia Intensiva.

Para arcar com a ampliação da oferta desses leitos e a aquisição de outros equipamentos necessários, como oxímetros de pulso e aparelhos de ventilação mecânica, os governos estaduais também pediram o repasse de mais recursos federais para aplicação direta na área de assistência.

As secretarias de saúde ainda reivindicam mais recursos federais para melhorar o monitoramento dos vírus respiratórios circulantes no país.

Os investimentos serviriam para qualificar o processo de diagnóstico molecular nas unidades sentinelas e nos laboratórios de referência de cada Estado.