O bicheiro afirmou que gostaria de falar ainda hoje e criticou o relatório da CPI do Cachoeira.
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O contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, prometeu fazer revelações sobre a sua relação com políticos e autoridades. Ao sair do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na noite de ontem, ele afirmou que pedirá autorização do seu advogado para falar o que sabe. “Agora eu acho que vou falar realmente. O PT sabe que eu sou o Garganta Profunda do partido”, disse, referindo-se ao escândalo de espionagem Watergate, que estourou em junho de 1972 e culminou com a renúncia do então presidente americano Richard Nixon.
O bicheiro afirmou que gostaria de falar ainda hoje e criticou o relatório da CPI do Cachoeira: “Nesta quarta tem relatório final da CPI e vou falar também de alguns personagens que a Delta [construtora] tem diretamente participado na vida deles, que hoje estão na CPI e fazendo um relatório totalmente sem escrúpulo”.
Beneficiado por um habeas corpus concedido pelo desembargador Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, na tarde de ontem, ele acha que a justiça foi feita.
Cachoeira estava preso desde o último dia 7, após ter sido condenado a 39 anos de prisão por peculato, corrupção ativa, violação de sigilo e formação de quadrilha. Inicialmente, ele ficou detido na sede da Polícia Federal, na capital goiana, e foi transferido, no dia seguinte, para o Núcleo de Custódia, em Aparecida de Goiânia.
As acusações contra o bicheiro são relativas à Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que investigou um esquema de jogo ilegal comandado por ele.