Gilmar Reolon teve uma juventude tranquila.

Gilmar nasceu e se criou na propriedade do pai, na comunidade do Rio Tuna, em Francisco Beltrão.

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  • 15 de Janeiro de 2013
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Apesar de alegar ter sido maltratado pelo pai, Otávio Reolon, Gilmar teve uma infância aparentemente tranquila. Os castigos que ele recebia eram os mesmos que eram dados aos demais irmãos Idemar, Vilmar (falecido) e Jair. “O pai era rigoroso, mas era igual com todos nós. O que ele disse do pai eu não concordo. Se precisasse surrar com a soiteira, ele surrava, mas isso quando a gente aprontava”, disse Idemar, principal pessoa da família que se esforçou na elucidação do caso.

Gilmar nasceu e se criou na propriedade do pai, na comunidade do Rio Tuna, em Francisco Beltrão. Estudou na Escola Juscelino Kubitschek (Tio Tuna) e gostava de jogar futebol com os amigos. Nos finais de semana, os amigos se reuniam e iam participar de torneios nas comunidades vizinhas.

Gilmar era zagueiro e por muitas vezes atacou no gol. Futebol com os irmãos e os amigos era uma de suas paixões.

Gilmar casou aos 28 anos de idade. Foi nessa época que ele deixou as terras do pai e mudou-se para a comunidade de Lageado Bonito, em Eneas Marques, para morar com a esposa, Gema, e a sogra, Petronília Strosmoski.

Começou a vida produzindo milho e feijão. Aos poucos também foi formando um rebanho de vacas de leite. Em determinado momento ele chegou a ter 20 vacas em lactação e um rebanho com mais de 40 cabeças.

Quando foi morar em Eneas Marques, ele se tornou líder comunitário, catequista e mantinha amizade com todos os vizinhos.

A vida aparentemente se encaminhava para ser tranquila e pacata no interior do município de seis mil habitantes.

Logo vieram os filhos e as maiores despesas eram justamente com o sustento da família. A situação começou a piorar quando ele começou a financiar equipamentos para a produção de leite. Primeiro ele financiou uma ordenhadeira e um resfriador, depois fez novo empréstimo para recuperar as pastagens e cercar os potreiros com cercas de arame, e, por fim, as dívidas anuais do Pronafinho para financiar suas lavouras.