Neste mês, mais de 60% dos municípios paranaenses estão aptos a plantar o grão e a tendência é de recuperação do plantio em relação ao ano passado.
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O Paraná se prepara para plantar mais uma safra de trigo. Neste mês, mais de 60% dos municípios paranaenses estão aptos a plantar o grão e a tendência é de recuperação do plantio em relação ao ano passado, que foi a menor área plantada na média dos últimos 10 anos.
O produtor está se animando com a elevação de 70% no preço do trigo e, por isso, optando por ampliar um pouco o plantio.
O primeiro levantamento sobre a intenção de plantio de trigo feito pelo Deral, o Departamento de Economia Rural da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, divulgado nesta segunda-feira, aponta para um crescimento de 6% na área plantada, passando de 778 mil hectares plantados no ano passado para 825 mil hectares que devem ser plantados este ano.
Esse avanço, segundo o engenheiro agrônomo Carlos Hugo Godinho, do Deral, ainda está abaixo da média de plantio entre 2000 a 2009, que foi de um milhão e cem mil hectares plantados com trigo no Paraná.
Na safra passada o produtor conseguiu ganhar dinheiro com o trigo por causa da elevação da cotação do grão no mercado internacional, em decorrência da quebra da safra de grãos norte-americana.
O trigo que era comercializado a 23 reais e 43 centavos a saca em fevereiro do ano passado, valor considerado pelos produtores como insuficiente para cobrir os custos de produção, subiu para 39 reais e 84 centavos a saca, na média do mês passado.
Segundo Hugo Godinho, a área plantada com trigo na região do Mercosul, especialmente na Argentina, será determinante para que os preços se mantenham valorizados, ou não, em relação ao mercado internacional.
O engenheiro agrônomo afirmou ainda que o plantio de trigo não é maior no Paraná porque muitos produtores estão optando por plantar o milho safrinha, que é concorrente no Estado, cuja tendência de mercado aponta para o aumento nas exportações.
As cooperativas paranaenses e os produtores estão solicitando um aumento no preço mínimo do trigo para que os produtores tenham mais garantia na hora da comercialização.
O preço sugerido é de 34 reais e 56 centavos a saca, contra 30 reais e 06 centavos a saca, atualmente. A preocupação é manter a liquidez para o produtor e consolidar novamente a Região Sul do país como grande produtora de trigo. Na safra passada, o Brasil produziu 41% do consumo, participação inferior à média das quatro safras anteriores, quando chegou a produzir 50% do consumo.