O Brasil passa neste momento por uma situação inusitada, protestos, revoltas, tumultos, onde o descontentamento dos brasileiros é geral. Isto se dá não somente e simplesmente pelo aumento de passagens de ônibus ou coisas afim, mas sim, pela percepção de impunidade, corrupção, elevada carga tributária, aumento do gasto público e descrédito nas instituições.

Nossos políticos não deveriam enfrentar esses movimentos da maneira que vem enfrentado, cassetetes, bombas de efeito moral, balas de borracha, força bruta, não contribuem em nada neste momento, pelo contrário, incita, cria indignação, encorajam e aglutinam pessoas que até então estavam no conforto de seus lares com suas famílias. Os jovens tem pressa, e as coisas no Brasil não tem andado nesta marcha, pois esmolas, crédito farto e desonerações de bens de consumo popular, já não são suficientes para postergarmos o sofrimento da maioria de famílias brasileiras.

Dissimulações, falta de ética, manipulação de índices, são outros fatores que contribuem para o desencantamento do nosso povo até então entorpecido pela farta propaganda oficial, onde nela o Brasil seria o “País das Maravilhas”.

Em vez de privilegiar o enfrentamento, nossos políticos deveriam sim privilegiar o entendimento, tentar captar o sentimento desta massa a tanto tempo adormecido, que desperta agora buscando respostas concretas dos rumos do nosso país. Durante muito tempo o silêncio era ensurdecedor, estávamos desatentos às palavras presas na garganta, e não percebemos que a qualquer momento poderia emergir o monstro da lagoa, como dizia a canção de Chico Buarque.

O artigo foi publicado ontem por Tony Garcia.