Apenas 6,7% das queixas feitas nas delegacias do estado entre 2006 e 2010 se transformaram em inquéritos
Rosmei Ribeiro prestou duas queixas por causa de um roubo, mas sabe que dificilmente verá os ladrões
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Números estatísticos da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) comprovam uma percepção comum entre a população. A maioria dos crimes registrados não é efetivamente investigada pela polícia no Paraná. Entre 2006 e 2010, apenas 6,7% dos boletins de ocorrência (B.O.s) computados no estado resultaram em inquérito policial – o equivalente a 296 mil em um universo de 4,4 milhões de queixas. O motivo do problema já é conhecido: faltam policiais civis para dar vazão à demanda por investigação.Nem todo boletim de ocorrência tem a obrigação de virar inquérito policial. Em média, 30% dos B.O.s correspondem a extravios de documentos e objetos eletrônicos, que não configuram crimes. Mesmo assim, sobram, nesses cinco anos, 3 milhões de boletins que, em tese, deveriam ter recebido a atenção da polícia. “Sabemos que o número de inquéritos instaurados não é o ideal. Mas nem todo B.O. obrigatoriamente vira inquérito. É necessário que se tenha a configuração de crime”, explica o secretário de Segurança Pública, Reinaldo de Almeida César.