Francisco Beltrão figura com o segundo maior índice do Brasil, com 48,5/ 100 mil
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Fabiano Gilmar Back, natural do Verê, Josieli Cassiane Oliveira, de Marmeleiro, e Alan Fernando Liprieri, de Ampere, fazem parte de uma triste estatística brasileira: perderam a vida no trânsito antes de completar os 20 anos de idade. Fabiano era carona de um amigo que estava alcoolizado, Josieli colidiu sua motocicleta contra o pneu de uma carreta e Alan bateu em uma árvore quando retornava para casa depois de deixar a mãe no trabalho.
Os três interromperam a vida precocemente e só fazem aumentar os questionamentos sobre o comportamento do jovem no trânsito. Seria a falta de experiência na direção? Excesso de confiança? Estariam recebendo o preparo adequado para dirigir? As rodovias têm a infraestrutura necessária para garantir a segurança de quem às utiliza? Falta fiscalização? Estas e muitas outras perguntas sobre o tema não tem respostas fáceis. No discurso todos parecem saber a solução para o problema, mas o fato é que uma parcela significativa dos jovens não está tendo oportunidade de amadurecer e tentar mudar este cenário.
Segundo o Mapa da Violência 2012 - Crianças e Adolescentes do Brasil, que analisa as causas de mortes externas de crianças e adolescentes de 0 a 19 anos de idade, entre 2000 e 2010, a taxa de óbito em 100 mil em acidentes de transporte aos 18 anos aumentou 50,8% e aos 19 anos 71,7%.
Entre 15 e 19 anos de idade, a maior proporção encontra-se entre os motociclistas. Na mesma década, se as mortes de crianças pedestres caíram 27%, as de crianças em automóvel cresceram 82,1%. Mas as mortes de crianças e adolescentes trafegando em motocicleta cresceram de forma bem mais drástica: 376,3%.
No Brasil, a taxa é de 8,6 óbitos em cada 100 mil crianças e adolescentes (1 a 19 anos). O Amazonas registra 5,3 vítimas para cada 100 mil (a menor taxa) enquanto o Paraná tem 15,0 (a mais alta do país).
Na lista dos 100 municípios com mais de 20 mil crianças e adolescentes, com as maiores taxas de mortalidade de crianças e adolescente por acidentes de trânsito, Francisco Beltrão figura com o segundo maior índice do Brasil, com 48,5/ 100 mil (12 óbitos nesta faixa etária em 2010). Perde apenas para Barbalha, no Ceará, que detém a maior taxa do país 89/100 mil (18 óbitos). Pato Branco aparece em 48º lugar com 21,5/100 mil (5 óbitos). O levantamento é baseado apenas na população que se inclui nesta faixa etária (1 a 19 anos) que, no caso de Francisco Beltrão, é de 24.767 pessoas.
O estudo deixa claro que a inclusão na lista não implica responsabilizar o município pelos fatos. De acordo com as circunstâncias, o problema pode ser da esfera federal ou da estadual. A reportagem completa sobre o assunto voce encontra no Jornal de Beltrão.